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Política

Para a PF, Moro liga ‘gabinete do ódio’ a Carlos Bolsonaro

As declarações do ex-ministro foram dadas no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos, investigação aberta em abril pelo STF

27 nov 2020 - 20h06
(atualizado às 20h45)
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O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro afirmou que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, foi citado por ministros que despacham no Palácio do Planalto como um dos participantes do chamado "gabinete do ódio", em depoimento que prestou à Polícia Federal no dia 12 de novembro.

"Indagado sobre quais Ministros citavam a participação de CARLOS BOLSONARO e TERCIO ARNAUD no "Gabinete do Ódio", respondeu QUE eram Ministros Palacianos; Indagado se o depoente poderia nominar tais Ministros, respondeu QUE reforça que era um comentário corrente entre os Ministros que atuavam dentro do Palácio do Planalto", disse Moro.

Tercio Arnaud é assessor especial da Presidência da República. O "gabinete do ódio", conforme reportagens, seria um grupo com atuação no Palácio do Planalto para atacar desafetos do governo, principalmente nas redes sociais.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, anuncia sua saída do governo em pronunciamento realizado na sede do Ministério, em Brasília
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, anuncia sua saída do governo em pronunciamento realizado na sede do Ministério, em Brasília
Foto: Gabriela Biló / Estadão Conteúdo

As declarações do ex-ministro de Bolsonaro foram dadas no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos, investigação aberta em abril pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que apura a organização de atos que pedem ilegalmente o fechamento do STF e do Congresso Nacional.

O depoimento foi revelado pelo jornal O Globo e a Reuters obteve a íntegra nesta sexta-feira.

Moro foi questionado pela PF se tomou conhecimento de uma estrutura montada com a finalidade de produzir e disseminar conteúdos nas redes sociais na época que atuou como ministro da Justiça. Respondeu que "havia comentários correntes de pessoas de dentro do governo da existência do denominado 'gabinete do ódio'", dizendo ter ouvido isso de "várias pessoas de diversas funções dentro do governo federal".

Contudo, o ex-ministro disse aos policiais que não tratava desse assunto enquanto estava no Executivo --Moro deixou o cargo no final de abril após acusar Jair Bolsonaro de tentar interferir nos trabalhos da PF, acusações essas que levaram à abertura de outro inquérito.

Moro afirmou que não tomou conhecimento da origem dos ataques ao Supremo e ao Congresso. Citou que ministros com assento no Planalto poderiam dar melhores esclarecimentos sobre o assunto.

Esse é o primeiro depoimento formal em uma investigação no Supremo revelado que faz a ligação entre Carlos Bolsonaro e o "Gabinete do Ódio".

No Twitter, Carlos Bolsonaro criticou o depoimento de Moro. "Não há qualificação para mais essa tentativa boçal. Saudades de viver em um mundo onde homens eram homens!", disse.

Procurado, o Gabinete de Segurança Institucional informou: "Sobre o assunto em tela, o GSI deixa de se manifestar, por tratar-se de assunto sob apreciação do STF."

A reportagem contactou por email as assessorias de imprensa da Secretaria de Comunicação e da Secretaria de Governo, mas não obteve comentário de imediato.

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