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Política

Para Doria, 'ninguém tem o direito de desmerecer, desqualificar' as prévias

O ex-governador de SP tenta aglutinar apoio dentro do próprio partido. Em Goiás, o presidenciável tem o aval das lideranças do Estado

21 mai 2022 - 08h10
(atualizado às 11h10)
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O governador João Doria; tucano havia vencido as prévias do partido para disputar à Presidência
O governador João Doria; tucano havia vencido as prévias do partido para disputar à Presidência
Foto: Governo de São Paulo / Divulgação / Estadão

Pressionado por partidos da terceira via a desistir de sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto, o ex-governador João Doria defendeu ontem, ao falar para filiados do PSDB, o resultado das prévias que definiram seu nome como presidenciável da sigla. "Dezoito mil pessoas votaram em nosso nome e vencemos as prévias. Ninguém tem o direito de desmerecer, desqualificar e não atender o anseio daqueles que fazem o nosso partido, vocês, militantes do PSDB", disse Doria durante visita a Goiânia (GO).

O ex-governador afirmou ainda que "não conversou e não conversa" com nenhuma outra legenda, numa sugestão de que não pretende mudar de partido, mesmo diante da pressão interna por sua desistência da disputa presidencial. "Não tenho, não tive e não terei outro partido", declarou.

Nesta semana, os presidentes de PSDB, MDB e Cidadania deram aval ao nome da senadora Simone Tebet (MDB-MS) como candidata única desses partidos na chamada terceira via. A indicação, no entanto, ainda precisa ser referendada pelas executivas nacionais das legendas. O ex-governador de São Paulo resiste e tenta se manter como presidenciável.

Questionado ontem por jornalistas, em Trindade (GO), se aceitaria ser vice na chapa presidencial de Simone Tebet, o tucano afirmou apenas estar "dialogando". "Estamos dialogando, sempre conversando. O diálogo é a base da democracia", disse Doria.

'PAZ'

Acompanhado do ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB), Doria afirmou que se reunirá amanhã com o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, em São Paulo, para discutir a viabilidade de sua candidatura. "Com paz e entendimento se faz a boa política", afirmou o ex-governador tucano, que já sinalizou com a possibilidade de recorrer à Justiça para garantir sua participação na disputa à Presidência em outubro.

Anteontem, PSDB, MDB e Cidadania divulgaram nota conjunta para reforçar a necessidade de união das siglas. O comunicado cita falas antigas de Simone Tebet e de Doria, em que se diziam dispostos a participar do processo de escolha de um candidato único. No entanto, o nome da senadora emedebista já é tido pela cúpula dos partidos como o representante da articulação. O próprio PSDB, em grande parte, defende que a aliança partidária se sobrepõe ao resultado das prévias vencidas pelo ex-governador paulista.

APOIO

Doria tenta aglutinar apoio dentro do próprio partido. Em Goiás, o presidenciável conta com o aval das lideranças do Estado, representadas por Perillo. "Eu apoio o candidato do meu partido, defendo que o PSDB tenha nome nas eleições e não vou apoiar um candidato que não seja do PSDB", disse Perillo à imprensa. Para o ex-governador de Goiás, o desrespeito às prévias "enfraquece" a sigla.

O aval dos presidentes de PSDB, MDB e Cidadania ao nome de Simone Tebet, questionado pela ala defensora de Doria, teria como base os índices de rejeição da senadora, menores que os do tucano, segundo pesquisas de intenção de voto. Os três partidos encomendaram um levantamento do Instituto Guimarães de Pesquisa e Planejamento (IGPP). A movimentação em prol da senadora desagrada, inclusive, ao grupo do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), contrário à candidatura própria tucana com Doria na cabeça da chapa.

ALTERNATIVA

Em Goiás, Doria cumpriu agendas em Trindade, onde esteve no santuário e na Vila São Cottolengo, e em Goiânia, para uma reunião fechada com lideranças tucanas locais no Hotel Plaza Inn Augustus.

O ex-governador de São Paulo defendeu o diálogo para que o País "não tenha apenas duas opções" em outubro, numa referência à polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão
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