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Política

Para ex-ministro do STJ, delação de Youssef é ilegal

Gilson Dipp diz que acordo de delação premiada descumpriu pacto anterior. de 2003, e que doleiro tinha omitido informações à Justiça anteriormente

7 abr 2015 - 08h32
(atualizado às 08h32)
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<p>Delação premiada de Alberto Youssef foi homologada em dezembro do ano passado</p>
Delação premiada de Alberto Youssef foi homologada em dezembro do ano passado
Foto: Twitter

O ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Gilson Dipp, considerado um dos maiores especialistas em lavagem de dinheiro e delação premiada, considera que o acordo feito pelo doleiro Alberto Youssef é ilegal e que as provas coletadas a partir do depoimento são “imprestáveis”, de acordo com informações publicadas pela Folha de S. Paulo.

Em parecer que fez a um dos réus da Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras, o ex-ministro diz que a delação do doleiro descumpriu um acordo anterior, de 2003, e não tem credibilidade, já que Youssef omitiu informações à Justiça anteriormente.

Com isso, o advogado José Luis Oliveira, que defende Erton Medeiras, diretor da Glavão Engenharia, entrou com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), na segunda-feira, pedindo que a delação seja anulada e seu cliente, que está preso desde novembro, seja solto.

<p>Gilson Dipp, ex-ministro do STJ, considera ilegal acordo de delação premiada da Lava Jato</p>
Gilson Dipp, ex-ministro do STJ, considera ilegal acordo de delação premiada da Lava Jato
Foto: Elza Fiúza / Agência Brasil

O acordo de delação premiada de Youssef foi homologado pelo ministro Teori Zavascki, do STF, em 19 de dezembro do ano passado.

Em 2003, o doleiro omitiu o nome de um dos seus principais clientes, o deputado federal José Janene (PP-PR), réu do mensalão que morreu em 2010 de problemas cardíacos. Janene foi o responsável por levar Youssef ao ambiente político do PP e à Petrobras.

Segundo Dipp, a delação premiada viola dois artigos da Lei do Crime Organizado (2013): o que prevê a análise da personalidade do réu e o que determina o detalhamento das condições que regem o acordo. O fato de o acordo anterior ter sido descumprido “constitui impeditivo ético e lógico para novo acordo”, escreveu o ex-ministro.

Outro lado

Antonio Augusto Figueiredo Basto, advogado de Youssef, diz que não há ilegalidade no acordo. Para ele, o ministro Teori Zavascki não aprovaria o acordo se todas as normas não fossem cumpridas.

O advogado também diz que o acordo atual engloba o anterior e que não há impeditivo para alguém que rompeu acordo passado fechar um novo pacto.

Youssef presta novo depoimento na Justiça Federal em Curitiba:

Fonte: Terra
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