Para líder do governo, oposição fugir ao diálogo é um erro
José Guimarães falou sobre a reunião que teve com o vice-presidente Michel Temer nesta terça
O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse nesta terça-feira (17) que “é um erro” fugir ao diálogo em uma democracia. Guimarães deu a declaração em resposta a questionamento sobre a oposição ter resistido a abrir diálogo com o governo. Ele participou de um café da manhã no Palácio do Jaburu com o vice-presidente Michel Temer, ministros e outros líderes da base aliada na Câmara. Eles discutiram o pacote anticorrupção, reforma política e o ajuste fiscal.
“Qualquer democrata desse país não pode fugir ao diálogo. O país tem causas que independem de governo ou oposição. São causas produzidas pela democracia. Ninguém pode fugir ao diálogo, é um erro”, declarou, no fim da reunião. Participaram do encontro os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, da Justiça, Eduardo Cardozo, da Previdência Social, Carlos Gabbas e do Esporte, George Hilton.
Segundo a assessoria de Temer, Cardozo falou sobre o pacote anticorrupção e reforma política, e Gabbas, sobre as medidas provisórias que alteram leis trabalhistas. Ao fim do encontro, que durou cerca de duas horas, nenhum ministro falou com a imprensa. Segundo Guimarães, único a dar entrevista, a reunião serviu para dar continuidade ao processo de rearticulação da base na Câmara.
“Foram colocados os pontos centrais, ainda não detalhados, do pacote anticorrupção que será anunciado nas próximas horas e também a necessidade de votação do ajuste (fiscal)”, disse. O líder do governo afirmou também que o PT é peça-chave na montagem da base para votar o ajuste, "evidentemente dialogando com a sociedade, com as centrais (sindicais) e com o Congresso”.
Segundo ele, em reunião na noite de ontem (16) com a bancada do PT, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fez uma exposição “muito convincente” sobre a importância do ajuste fiscal. Para Guimarães, a comunicação com a sociedade é fundamental para aprovar as medidas provisórias. “Não estão tirando direito de ninguém. Estão apenas fazendo ajuste. Tem muitas inverdades sendo ditas. São novos tempos, é um novo ambiente e a base está firme e forte com o governo.”