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Política

Para ministro, CPI da Petrobras é estratégia política

30 abr 2014 - 11h51
(atualizado às 12h11)
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O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, afirmou nesta quarta-feira disse “não ter dúvida nenhuma” de que a intenção da oposição ao governo no Congresso Nacional não é investigar os contratos envolvendo a Petrobras, mas aproveitar as denúncias contra a estatal para “ocupar espaço político”. Na avaliação do ministro, que é responsável pela a articulação política do governo, a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em ano eleitoral aumenta a tendência de politização do mecanismo de investigação.

“CPI é sempre uma comissão política. Em ano eleitoral, muito mais. Então, seja na Câmara ou no Senado, existe o risco de haver uma partidarização eleitoral da CPI. Nós esperamos que não haja, mas não vamos ser inocentes de achar que essa comissão vai investigar desconectada do cenário eleitoral”, afirmou Berzoini em café da manhã com jornalistas.

“A oposição está fazendo um movimento legítimo de tentar preencher um espaço político com esse assunto. Até porque eles não tem como explicitar propostas para o Brasil até agora”, criticou.

Berzoini levantou o tom contra Aécio Neves e Eduardo Campos, pré-candidatos ao Planalto pelo PSDB e PSB, respectivamente. Ele sinalizou que a estratégia do PT na campanha deverá ser a de sublinhar a diferença de gestão entre os mandatos petistas (Lula e Dilma) com os oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso.

“Eu acho que o governante, de fato, não pode temer medidas difíceis, mas quando eu lembro do governo Fernando Henrique e que ele foi líder do PSDB, e que foi presidente da Câmara quando ocorreram grandes malefícios para os trabalhadores, eu tenho certeza de que quando ele fala de medidas impopulares, ele sabe do que ele tá falando”, disse.

Dentro do governo, a avaliação é a de que a política monetária está sendo conduzida da maneira correta, isto é, sem efeitos nocivos à população como taxa básica de juros muito elevada e aumento de desemprego.

A estratégia contra Eduardo Campos, egresso da base do governo, será diferente e, segundo Berzoini, dependerá das críticas e propostas levantadas pelo pessebista. “Em algum momento ele vai ter de apresentar quais são suas divergências com o projeto que nós conduzimos. Quando ele apresentar suas divergências com suas propostas de governo, vamos avaliar o embate que deve ser feito”, pontuou.

O ministro deu demonstração de que o tom será duro na resposta a Campos. O pré-candidato do PSB criticou o governo pela aliança com o senador José Sarney (PMDB-AP), que foi presidente do Senado nos governos Lula e Dilma. “Eu acho engraçado quando o Eduardo, que sempre foi uma pessoa muito pragmática na política, apresentar críticas a pessoas que estão alinhadas conosco sem olhar para as alianças que ele vem fazendo”, disse, citando dois expoentes da oposição: Jorge Bornhausen e Heráclito Fortes.

Heráclito deixou o DEM para filiar-se ao PSB. Bornhausen foi senador pelo PFL, que mais tarde se tornou DEM, e seu filho também se filiou ao partido de Campos. A crítica de Berzoini é ao fato da aliança do pré-candidato receber figuras que era opositoras a um projeto de governo do qual ele mesmo fez parte.

Fonte: Terra
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