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Política

Pela segunda vez, deputado petista é eleito e perde a vaga

Fernando Marroni passou pela mesma situação em 2010

7 nov 2014 - 16h59
(atualizado em 8/11/2014 às 09h55)
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<p>Marroni foi o último candidato a deputado federal pelo PT gaúcho a obter a vaga</p>
Marroni foi o último candidato a deputado federal pelo PT gaúcho a obter a vaga
Foto: Facebook / Reprodução

Pela segunda eleição consecutiva, o ex-prefeito da cidade gaúcha de Pelotas, o petista Fernando Marroni, comemora a conquista de uma cadeira na Câmara dos Deputados e, depois, perde a vaga. Nesta eleição de 2014, Marroni foi o último candidato a deputado federal pelo PT gaúcho a obter a vaga. Com 94.275 votos, foi o oitavo mais votado no partido, entrando por média. Mas na noite de quinta-feira (06), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) validou os votos de outro concorrente à Câmara pelo RS, o vereador por Porto Alegre, Cláudio Santa (SDD). O TSE acatou os embargos declaratórios apresentados pela defesa de Janta, que teve o registro da candidatura à deputado federal negado em julho pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em função de uma questão envolvendo o pagamento de multas de outras eleições. Em setembro o TSE havia confirmado a negativa do registro.

Janta optou por continuar a campanha e, em 5 de outubro, fez 45.559 votos. Após o TSE aceitar os embargos declaratórios da defesa, os votos de Janta passam a ser contabilizados no cálculo do quociente eleitoral da bancada gaúcha na Câmara, alterando sua composição. Mas Janta também não ficará com a vaga. Ela será ocupada pelo primeiro suplente da coligação a qual seu partido, o Solidariedade, faz parte. Além do SDD, a aliança inclui PP, PSDB e PRB.

Assim, quem ficará com a vaga é o atual deputado federal José Otávio Germano (PP). José Otávio disputava o quarto mandato e fez 81.503 votos, mas não tinha conseguido a reeleição. Seus partidários queixavam-se de que ele foi prejudicado pelo envolvimento de seu nome no escândalo da Operação Rodin (a fraude que desviou milhões do Detran gaúcho), apesar de não ter sido condenado. Em 2013, o Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou a denúncia por formação de quadrilha, peculato e dispensa de licitação sem amparo legal que existia contra o parlamentar, por entender que a investigação a seu respeito foi feita de forma ilícita.

Com a permanência de José Otávio na Câmara, muda também o ranking dos deputados federais eleitos do RS com as campanhas mais caras. José Otávio, que arrecadou R$ 2.894.987,15 e gastou exatamente os mesmos valores, passa a liderar a lista. Até a quinta-feira, o recordista de gastos era o deputado federal reeleito Jerônimo Goergen (R$ 2.751.723,39 gastos e R$ 2.752.080,00 arrecadados), também do PP.

A primeira suplência da coligação (PP/SDD/PSDB/PRB) passa a ser ocupada pela ex-governadora Yeda Crusius (PSDB), que contabilizou 71.794 votos. Tucanos gaúchos também consideram que o desempenho da ex-governadora nas urnas foi ‘prejudicado’ pelas denúncias de corrupção que marcaram sua gestão à frente do Estado, sendo a Rodin apontada como a principal delas. Yeda pode se tornar deputada caso o governador eleito do RS, José Ivo Sartori (PMDB), que recebeu apoio de PP/PSDB/SDD e PRB no segundo turno da eleição, chame algum deputado de um dos quatro partidos para compor seu secretariado.  

Já Marroni, que estava em Brasília e chegou na tarde desta sexta-feira a Porto Alegre, não contava com a mudança. Na quinta, ele chegou a participar do encontro da presidente Dilma Rousseff (PT) com as bancadas atuais e as eleitas. A confiança de que permaneceria com a vaga tomava por base a consulta feita a diferentes advogados, que consideraram que a decisão do TRE que cassou o registro de Janta era irreversível. O deputado chegou a cogitar alguma possibilidade de movimento junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas desistiu. Agora, vai aguardar a composição do ministério de Dilma, na expectativa de que ela possa convidar algum dos deputados gaúchos.

Marroni passou pela mesma situação em 2010. Só que, naquela ocasião, perdeu a vaga para uma colega de partido, a deputada Maria do Rosário, que havia feito mais votos do que ele. À época, Maria do Rosário não teve os votos contabilizados porque seu registro havia sido negado por pendências envolvendo suas contas de campanha na eleição para a prefeitura de Porto Alegre em 2008. Mas ela conseguiu obter uma decisão favorável e ter os votos validados apenas dois dias após a realização do primeiro turno e, quando passou a comandar a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em janeiro de 2011, Marroni ocupou a cadeira de deputado.

Fonte: Terra
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