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Política

Petrobras estuda romper com empresa citada em investigação

11 jun 2014 - 20h26
(atualizado às 20h56)
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Graça Foster
Graça Foster
Foto: Pedro França / Agência Senado

A Petrobras estuda romper contrato com a empresa Ecoglobal, citada nas investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. A presidente da estatal, Graça Foster, disse nesta quarta-feira, na CPI mista da Petrobras, que o contrato causa “desconforto” e que a decisão deve ser tomada nesta semana, entre quinta ou sexta-feira.

Segundo investigações da Polícia Federal, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa atuaria como lobista da Ecoglobal. Ontem, em depoimento na CPI da Petrobras no Senado, o ex-dirigente disse ter sido procurado pelo doleiro depois de deixar a estatal, que estava interessado em comprar a empresa. Costa passou a atuar como consultor depois de deixar a Petrobras.

Segundo Graça Foster, uma investigação interna da Petrobras não encontrou nenhum envolvimento do ex-diretor, que foi preso novamente nesta quarta, com o contrato. “A gente não se sente confortável com o contrato. Tivemos uma reunião hoje pela manhã e estamos fechando uma decisão de continuar ou não com esse contrato”, afirmou.

Graça Foster disse ter ficado sabendo da Operação Lava Jato em abril, quando a PF foi à sede da Petrobras atrás de documentos envolvendo a Ecoglobal. “Não tenho nada a dizer sobre investigações. Nós ficamos, só com a suspeita, muito envergonhados.

Em seu site, a Ecoglobal Ambiental afirma, em nota, ter vencido uma licitação de maneira “totalmente legal e clara”. “Ao se alegar que a licitação acima “foi fraudada” é uma inferência desprovida de fundamentos que ofende moralmente não só a Ecoglobal Ambiental, mas também o comitê de licitação da Petrobras que trabalhou dentro de parâmetros absolutamente éticos, bem como aos demais licitantes”, diz.

Abreu e Lima

Durante o depoimento na CPI mista da Petrobras, Graça Foster disse que a estatal pode ter errado na primeira fase do projeto da refinaria em Pernambuco, quando estimou um custo de US$ 2,5 bilhões, mas defendeu o caráter técnico das decisões. A unidade está estimada em US$ 18,5 bilhões.

Ela rebateu a afirmação de Paulo Roberto Costa, que atribuiu o número inicial a uma “conta de padeiro. “Nego-me a repetir essa palavra. Acho isso uma coisa medonha e, em respeito à Petrobras, a engenharia da Petrobras é digna’, disse.  

Segundo ela, a empresa trabalha para manter a estimativa. “Trabalhamos firme para manter isso e estamos há dois anos e meio mantendo para manter esses US$ 18,5 bilhões. Hoje já estamos a US$ 15 bilhões essa refinaria e é uma refinaria cara”, disse.

A estatal foi anunciada em 2005 em parceria com a estatal da Venezuela, a PDVSA, mas o país vizinho nunca formalizou a sociedade. No fim de 2013, a Petrobras precisou incorporar os 40% que seriam investidos pela PDVSA.

Pasadena

Graça Foster voltou a afirmar que a compra da refinaria de Pasadena fazia parte de uma estratégia da Petrobras, mas que não pode ser considerado um bom negócio hoje em dia. Ela voltou a dizer que as cláusulas omitidas no relatório apresentado ao Conselho de Administração eram importantes, fazendo coro à versão de Dilma Rousseff, que atribuiu o erro ao ex-diretor da área internacional Nestor Cerveró.

O resumo executivo não continha as cáusulas marlim e put option. A primeira assegurava à belga Astra Oil, sócia da Petrobras, uma rentabilidade mínima de 6,9% ao ano. Já a put option obrigava a Petrobras a comprar a participação da Astra em caso de desacordo entre as partes.

A Petrobras aprovou, em 2006, a compra de 50% da refinaria da Astra Oil por US$ 360 milhões, sendo que a belga havia desembolsado o mesmo valor pela totalidade da unidade. Em desacordo sobre investimentos na refinaria, a brasileira precisou comprar a outra metade, num negócio que ultrapassou US$ 1,2 bilhão.

“Quando a gente olha todo esse conjunto, a Petrobras considera que não foi um bom negócio. A refinaria de Pasadena, nos dias atuais, não foi um bom negócio, com as condições atuais”, disse.

A compra da refinaria de Pasadena foi um dos motivos para a abertura de CPIs da Petrobras no Congresso. Graça foi hoje pela primeira vez à comissão mista, que conta com a participação de oposicionistas. Eles boicotaram a CPI criada apenas no Senado, onde a executiva já havia prestado depoimento.

A sessão desta quarta-feira foi iniciada com um depoimento da presidente da Petrobras e seguida por uma lista de 139 perguntas do relator da CPI, deputado Marco Maia (PT-RS). Os questionamentos causaram revolta na oposição. O deputado Fernando Francischini (SDD-PR) entrou na sala da comissão com uma pizza "sabor petróleo", dizia um papel colado à caixa.

Fonte: Terra
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