PF classifica tentativa de Wassef de inocentar Bolsonaro como 'fantasiosa' e 'hilária', diz jornalista
Advogado confirmou que viajou aos EUA e comprou item para devolver ao TCU, mas negou ter sido instado por ex-presidente para recuperar joia
Frederick Wassef confirmou, em entrevista coletiva realizada na terça-feira, 16, que readquiriu o Rolex que havia sido vendido por ex-assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Contudo, essa versão foi considerada como "fantasiosa" e "hilária" pela Polícia Federal, segundo informações do blog do jornalista Valdo Cruz, da GloboNews.
De acordo com os investigadores, o advogado do ex-presidente tentou absolver seu cliente, porém a própria Polícia Federal já possui evidências que apontam exatamente o oposto.
Porém, os investigadores avaliam que, da mesma forma que o advogado foi forçado a admitir a recompra do presente oficial, eventualmente terá que revelar quem instruiu a transação. Essa perspectiva surge em face das novas evidências já obtidas pela PF e aquelas que ainda estão sendo coletadas.
Com a colaboração do FBI, a Polícia Federal acredita que conseguirá rastrear a trajetória do dinheiro utilizado para recuperar o relógio.
Explicação 'não cola'
A Polícia Federal considera que a explicação fornecida por Wassef é inconsistente e "não cola". Por exemplo, sua alegação para adquirir o relógio em dinheiro, após efetuar saques de sua própria conta em Miami, não é considerada plausível.
De acordo com os investigadores, essa operação parecia ser uma tentativa deliberada de evitar deixar qualquer rastro. Contudo, a aquisição foi identificada em uma joalheria na Pensilvânia. Quando confrontado com esse fato, Wassef chegou a apresentar o recibo em seu nome durante a entrevista coletiva.
A Polícia Federal agora busca acessar não apenas o sigilo bancário de Wassef no Brasil, mas também nos Estados Unidos.
Tanto na Polícia Federal quanto no Supremo Tribunal Federal, a avaliação é que Bolsonaro e o seu ex-ajudante Mauro Barbosa Cid provavelmente não conseguirão evitar uma condenação no caso da venda dos presentes oficiais.
Segundo os investigadores, os sinais apontam claramente para movimentações financeiras ilegais tanto no Brasil quanto no exterior. Essas evidências sugerem que toda a operação teria sido para o benefício direto do ex-presidente.