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Política

PF deve concluir até a próxima semana relatório sobre o 8 de Janeiro e Bolsonaro é alvo central

Documento será enviado ao Supremo Tribunal Federal; investigação sobre explosão na quarta-feira, 13 segue em inquérito autônomo

14 nov 2024 - 14h15
(atualizado às 17h37)
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BRASÍLIA - A Polícia Federal deverá apresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF) até o final da próxima semana seu relatório completo sobre a tentativa de golpe de Estado durante o governo Jair Bolsonaro até os atos extremistas de 8 de janeiro de 2023.

Ao contrário do que previa, esse cronograma não foi alterado depois do novo inquérito aberto pela PF, com base em terrorismo, para investigar as explosões de quarta-feira, 13, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. O atentado resultou na morte do responsável, Francisco Wanderley Luiz, que foi candidato a vereador em 2020 pelo PL em Santa Catarina. A legenda é o partido de Bolsonaro e o Estado é o mais bolsonarista do País.

Nesta quinta-feira, 14, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, indicou que a investigação está na fase final. "Estamos perto do fim para o material ser entregue ao Procurador-Geral da República", afirmou Barroso.

O relator no STF tanto da trama de Golpe quanto das explosões é o mesmo, o ministro Alexandre de Moraes. Isso porque haveria conexão entre terrorismo, articulação de golpe de Estado e Abolição violenta do Estado Democrático de Direito nos dois casos. Como explica um especialista do STF, os dois inquéritos - do golpe e da explosão- são "autônomos" e não interferem no cronograma um do outro.

Moraes vinha recebendo sugestões ou até pressões para finalmente concluir o inquérito sobre o golpe, que envolve diretamente o ex-presidente Bolsonaro e seus principais assessores, inclusive militares de alta patente. O ministro concedeu, porém, mais tempo para as investigações da PF.

A instituição policial adquiriu um potente equipamento israelense, chamado Celebritti, capaz de recuperar imagens apagadas em celulares. Esse equipamento foi utilizado para rastreamento mais profundo nos celulares do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente coronel da ativa do Exército Mauro Cid. A partir da perícia, surgiram novos nomes e novas provas ainda mantidos em sigilo sobre a articulação do golpe, que desembocou na invasão dos três Poderes oito dias após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Além do inquérito do golpe, Cid é peça chave no caso das joias da Arábia Saudita e dos atestados falsos de Vacina da Covid. Em todos eles, Bolsonaro é o alvo central.

Estadão
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