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Política

PF faz operação contra fraudes em licitações para compra de kits de robótica em 43 municípios de AL

Prejuízo estimado aos cofres públicos é de pelo menos R$ 8,1 milhões

1 jun 2023 - 08h11
(atualizado às 08h41)
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Dinheiro apreendido em Brasília na Operação Hefesto.
Dinheiro apreendido em Brasília na Operação Hefesto.
Foto: Divulgação/PF / Estadão

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira, 1, a Operação Hefesto para aprofundar a investigação sobre um esquema de fraudes em licitações de 43 municípios de Alagoas.

Dinheiro apreendido em Alagoas na Operação Hefesto.
Dinheiro apreendido em Alagoas na Operação Hefesto.
Foto: Divulgação/PF / Estadão

O prejuízo estimado até o momento é de R$ 8,1 milhões, mas os investigadores que o rombo nos cofres públicos pode ser maior.

Os policiais fazem buscas em 27 endereços ligados aos investigados - 16 em Maceió (AL), oito em Brasília (DF), um em Gravatá (PE), um em São Carlos (SP) e um em Goiânia (GO).

Duas pessoas também são alvo de mandados de prisão temporária em Brasília. As ordens judiciais foram expedidas pela 2.ª Vara Federal de Alagoas.

A PF afirma que houve direcionamento e superfaturamento de contratos para a compra de equipamentos de robótica, custeados com recursos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), repassado pelo governo federal. As fraudes teriam ocorrido entre 2019 e 2022.

"As citadas contratações teriam sido ilicitamente direcionadas a uma única empresa fornecedora dos equipamentos de robótica, através da inserção de especificações técnicas restritivas nos editais dos certames e de cerceamento à participação plena de outros licitantes", informa a Polícia Federal. A investigação é tocada em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU).

Dinheiro apreendido em Alagoas na Operação Hefesto.
Dinheiro apreendido em Alagoas na Operação Hefesto.
Foto: Divulgação/PF / Estadão

A Justiça Federal também determinou o o sequestro de bens dos investigados e a suspensão de processos licitatórios e contratos administrativos celebrados entre a empresa fornecedora investigada e os municípios alagoanos que receberam recursos do FNDE para aquisições de equipamentos de robótica.

A PF investiga ainda uma segunda fase do esquema, envolvendo a lavagem do dinheiro. Os policiais identificaram transações fracionados, abaixo de R$ 50 mil, para burlar o sistema de alertas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

"A investigação identificou ainda que foram realizadas, pelos sócios da empresa fornecedora e por outros investigados, movimentações financeiras para pessoas físicas e jurídicas sem capacidade econômica e sem pertinência com o ramo de atividade de fornecimento de equipamentos de robótica, o que pode indicar a ocultação e dissimulação de bens, direitos e valores provenientes das atividades ilícitas", explica a PF.

O nome da operação, Hefesto, é uma referência ao deus da tecnologia, do fogo, dos metais e da metalurgia na mitologia grega.

Estadão
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