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Política

PF indica que Cid enviou mensagens de teor golpista enquanto Bolsonaro estava nos EUA

Relatório da corporação revela motivo pelo qual Bolsonaro não assinou decreto golpista

28 nov 2024 - 13h28
(atualizado às 15h35)
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O ex-presidente da Jair Messias Bolsonaro (PL)
O ex-presidente da Jair Messias Bolsonaro (PL)
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

O relatório final da Polícia Federal indica que o tenente-coronel Mauro Cid continuava enviando mensagens de teor golpista aos aliados de Bolsonaro, enquanto o ex-presidente já estava nos Estados Unidos. Por meio de códigos, os suspeitos falavam sobre a "realização de um churrasco" em referência à tentativa de golpe de Estado. 

Em uma troca de mensagens com um dos aliados, Mauro Cid tenta "manter o ânimo" do homem, identificado como tenente Portela, ao ser questionado se poderia "aceitar a derrota", já que faltavam poucos dias para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subir a rampa do Palácio do Planalto.

No dia 29 de dezembro de 2022, tenente Portela envia mensagens para Cid, perguntando se ainda "havia esperança ou se podemos aceitar a derrota". Cid escreve: "zero". Um dia depois, o tenente envia outra mensagem, mas em seguida apaga. Cid responde que estava em voo. Ele se refere à viagem aos Estados Unidos, que fez ao lado do ex-presidente.

"Os interlocutores ainda tinham esperança de concretizar o plano que estava em ação desde o fim do 2° turno das eleições presidenciais de 2022. Ao ser cobrado por uma ação mais contundente do então presidente Jair Bolsonaro (‘'realização de um churrasco'), Mauro Cid tenta manter o ânimo do aliado, ao dizer que ainda tem esperança de que seja desencadeada alguma ação: 'Nada ainda está acabado de nossa parte'", escreve a PF.

O documento foi tornado público pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) para análise. No computador de Mauro Cid, a PF encontrou um plano para uma eventual fuga de Bolsonaro, caso a tentativa de golpe de Estado não desse certo. Como o ex-presidente deixou o Brasil em 30 de dezembro de 2022, a ideia não precisou ser posta à prova. 

"Verificou-se também que os investigados tinham confiança de que os atos antidemocráticos ocorridos no 8 de janeiro de 2023 desencadeariam ações concretas das Forças Armadas para executar um golpe de Estado. (...) Após não conseguirem o apoio das Forças Armadas para consumar a ruptura institucional, [Jair Bolsonaro] saiu do país, para evitar uma possível prisão e aguardar o desfecho dos atos golpistas do dia 08 de janeiro de 2023", diz a PF.

Por que Bolsonaro não assinou o decreto golpista?

Em outras trocas de mensagens divulgadas pela Polícia Federal, o tenente-coronel Sérgio Cavaliere revela que o decreto golpista está pronto, mas que Bolsonaro não assinaria. "Acabei de falar com Mauro Cid, e ele falou que não vai ter nada, está pronto, só que não vai assinar por conta disso que te falei, do Alto Comando 'tá' rachado e não quer... não quer encampar a ideia", diz.

Ainda segundo Cavaliere, Bolsonaro tinha receio de "acontecer o mesmo que no Peru", em referência à tentativa de golpe de Estado do então presidente Pedro Castilhos, que foi preso e destituído do cargo. Já a fala sobre o "alto comando" se refere a não adesão de generais do alto escalão do Exército ao plano golpista - um dos motivos que teria impedido a trama de não ir pra frente.

Em 4 de janeiro de 2023, Cavaliere volta a conversa com Mauro Cid e pergunta se "ainda tem algo pra acontecer". Ele encaminha algumas mensagens para Cid, indaga se o que acontecerá será "coisa boa ou ruim?" e diz: "Bom". Cid responde: "Depende para quem. Para o Brasil é boa". A conversa ocorreu quatro dias antes dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Fonte: Redação Terra
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