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Política

PF indicia mais 3 pessoas no inquérito do golpe; total de indiciados chega a 40

Três militares são os novos indiciados pela PF, que detalha as diferentes atuações dos suspeitos na organização do plano golpista

11 dez 2024 - 17h00
(atualizado às 18h52)
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Atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023
Atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

A Polícia Federal indiciou, nesta quarta-feira, 11, mais três suspeitos, todos militares, no inquérito que apura uma tentativa de Golpe de Estado, totalizando 40 pessoas indiciadas. A informação é do repórter Márcio Falcão, da TV Globo.

Entre os novos indiciados estão Aparecido Andrade Portella, suplente da senadora Teresa Cristina (PL-MS); Reginaldo Vieira de Abreu; e Rodrigo Bezerra de Azevedo.

No caso de Aparecido Andrade Portella, militar da reserva e suplente da senadora Tereza Cristina (PL-MS), a PF identificou seu papel como intermediário entre o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os financiadores das manifestações antidemocráticas. Ele teria visitado o Palácio da Alvorada pelo menos 13 vezes em dezembro de 2022, demonstrando proximidade com Bolsonaro, com quem trabalhou em Nioaque (MS) nos anos 1970.

A investigação apontou que Portella usava o codinome “churrasco” em mensagens trocadas com Mauro Cid para se referir ao golpe de Estado. Ele indicava que financiadores exigiam a execução da “ruptura institucional” após contribuírem financeiramente, referindo-se ao dinheiro como “colaboração da carne”.

Além de arrecadar recursos, Portella sugeria táticas para o movimento golpista e se preocupava em não ser identificado como um dos organizadores dos atos de 8 de janeiro de 2023. Ele chegou a enviar prints de publicações pedindo informações sobre golpistas, evidenciando seu temor de exposição.

Ao ser interrogado pela PF, Portella permaneceu em silêncio. No entanto, os investigadores ressaltaram que suas mensagens e visitas frequentes ao Palácio da Alvorada demonstram seu envolvimento ativo na organização dos atos golpistas.

Reginaldo Vieira de Abreu, coronel do Exército e chefe de gabinete do então secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, Mário Fernandes, foi acusado de disseminar desinformação sobre o sistema eleitoral. Ele teria levado um hacker à sede da PF em Brasília para tentar formalizar denúncias falsas contra as urnas eletrônicas.

Segundo a PF, Vieira manipulou relatórios das Forças Armadas para alinhá-los às informações falsas divulgadas pelo argentino Fernando Cerimedo. Ele utilizava o termo “rataria” para se referir aos participantes de reuniões clandestinas e defendia que os relatórios fossem “no mínimo, alinhados” com as mentiras propagadas.

Vieira também teria repassado informações sobre o deslocamento do ministro Gilmar Mendes, em novembro de 2022, período em que foi elaborada uma minuta golpista que previa a prisão do magistrado. Ele estava no mesmo voo que Mendes e compartilhou uma foto dele no aeroporto com outros investigados.

Além disso, a PF aponta que Vieira imprimiu, no Palácio do Planalto, um documento intitulado “Gabinete de Crise”, que seria utilizado para assessorar Bolsonaro, caso o golpe fosse concretizado. Assim como Portella, Vieira optou por permanecer em silêncio durante seu depoimento.

O terceiro indiciado, Rodrigo Bezerra de Azevedo, major do Exército e integrante do Comando de Operações Especiais (Copesp), foi apontado como parte do núcleo operacional do plano de assassinato do ministro Alexandre de Moraes. A PF associou o codinome “Brasil” a um número de telefone utilizado por ele em ações clandestinas.

Dados telefônicos analisados pela PF mostraram que dispositivos associados ao codinome "Brasil" foram rastreados nas proximidades da casa de Azevedo, em Goiânia, logo após a tentativa de assassinato, sugerindo sua participação no crime. Ele admitiu ter usado celulares e chips anônimos, prática recorrente em missões do Exército.

A investigação também identificou que Azevedo realizou chamadas para contas fraudulentas registradas em nomes de terceiros. Um dos números envolvidos estava vinculado ao aplicativo Signal no celular do general Mário Fernandes, o que, segundo a PF, reforça os laços de Azevedo com a organização criminosa.

Azevedo afirmou que o celular utilizado na ação foi encontrado em uma sala do Copesp e que ele o usou sem conhecer seu histórico. Ele disse que o aparelho foi descartado após quebrar em 2023, mas a PF considera que as evidências confirmam seu envolvimento direto no plano golpista.

O Terra tenta localizar a defesa dos investigados. O espaço permanece aberto para manifestações. 

Fonte: Redação Terra
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