PF indicia Zé Trovão, Sérgio Reis e outros 11 por atos antidemocráticos
Também aparecem na lista de indiciados o presidente da Aprosoja e o jornalista Oswaldo Eutáquio
A Polícia Federal decidiu indiciar o deputado federal Zé Trovão (PL), o cantor Sérgio Reis e outras 11 pessoas na organização de atos antidemocráticos em Brasília, em 7 de setembro de 2021.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
As manifestações realizadas durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) contaram com a ajuda do movimento dos caminhoneiros. Entre os indiciados pela PF também aparecem o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Antonio Galvan, e o jornalista Oswaldo Eustáquio.
De acordo com a Folha de S. Paulo, a investigação começou a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) após os envolvidos na organização do ato defenderem o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e o bloqueio de estradas.
Para a PF, os investigados se articularam para realizar manifestações contra o Estado democrático. Agora, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, irá decidir se apresenta denúncia contra os acusados.
Na época, Zé Trovão foi alvo de mandado de prisão e chegou a ficar foragido. Atualmente, ele usa tornozeleira eletrônica.
Já Reis teve contra si um mandado de busca e apreensão e também defendeu o afastamento dos ministros da corte pelo Senado Federal, afirmando em uma reunião privada que "se em 30 dias não tirarem os caras nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra", informou a Folha.
O 7 de setembro de 2021 foi marcado por ataques às instituições democráticas. Em discurso na manifestação em São Paulo, o então presidente Jair Bolsonaro atacou o STF e chamou o miinistro Alexandre de Moraes de canalha.
No inquérito, a PF apontou para a prática de incitação ao crime, associação criminosa e na tentativa de impedir o livre do exercício dos Poderes.
Procurado pela Folha, o deputado Zé Trovão não respondeu ao contato da reportagem. Em nota, o jornalista Oswaldo Eustáquio classificou o indiciamento como perseguição política sobre conservadores continua. "A manifestação de 7 de setembro é a prova real que nunca tivemos objetivo de uma ruptura institucional, já que foi uma manifestação organizada, com liderança e que não quebrou nenhum patrimônio público, não deixou um papel de bala na Esplanada dos Ministérios mesmo com milhares de pessoas a mais que o 8 de janeiro", disse à reportagem.
Ao Uol, o cantor Sérgio Reis afirmou que não iria se manifestar porque não foi notificado oficialmente do indiciamento. Antonio Galvan também não quis se pronunciar, segundo a reportagem.