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Política

PF investiga desvios e faz buscas contra servidores do Ceará

Entre os alvos está Arialdo Pinho - ex-secretário da Casa Civil do Governo Cid Gomes e atual Secretário de Turismo de Camilo Santana

3 dez 2020 - 11h40
(atualizado às 11h52)
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A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta, 3, a Operação Onzenário para investigar suposto conluio, entre 2008 e 2014, entre agentes públicos estaduais, ex-gestores de instituições financeiras e empresários que teriam atuado no direcionamento ilícito de operações de crédito consignadas em folha dos servidores do governo do Ceará.

Cid Gomes foi governador do Ceará
Cid Gomes foi governador do Ceará
Foto: Arquivo/Agência Brasil / Estadão Conteúdo

Entre os alvos da ofensiva está Arialdo Pinho - ex-secretário da Casa Civil do Governo Cid Gomes (2007-2015) e atual Secretário de Turismo do governo Camilo Santana - , que tem endereços vasculhados pela PF. Seu genro, empresário e contador, é alvo de mandado de prisão.

Agentes cumprem quatro mandados de prisão temporária e fazem 26 buscas em endereços do Ceará, São Paulo e Salvador. As ordens foram expedidas pela Justiça Federal que ainda bloqueou valores em contas dos investigados.

Segundo a PF, a investigação identificou 'fluxo intenso de capitais obtidos de forma criminosa em prejuízo dos servidores públicos estaduais, através de investimentos, aquisições imobiliárias e simulação de aquisição de cotas de sociedade empresarial, em engenhoso esquema de corrupção e lavagem de capitais'.

"Os indícios apontam participação de um Secretário de Estado da Casa Civil do Estado do Ceará à época dos fatos em apuração. Há também indícios de atuação do genro desse Secretário de Estado à época, gestor de uma das empresas que movimentou mais de R$ 600 milhões nas operações de crédito sob investigação", registrou a corporação em nota.

A ofensiva apura supostos crimes de associação criminosa, corrupção e fraude em licitação, além de delitos contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro, que, segundo a Polícia Federal, culminaram em enriquecimento ilícito dos investigados - servidores públicos, ex-gestores de instituições financeiras e empresários - 'em detrimento dos servidores públicos estaduais do Estado do Ceará obrigados a arcar com juros mais elevados em operações de crédito'.

A Polícia Federal informou ainda que o nome da operação, 'Onzenário', 'remete a agiotagem ou cobrança extorsiva de juros'.

COM A PALAVRA, OS INVESTIGADOS

Até a publicação desta matéria, a reportagem buscou contato com os citados, mas sem sucesso. O espaço permanece aberto a manifestações.

Estadão
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