PF nega ter feito escuta ilegal em cela em doleiro
A Polícia Federal negou nesta sexta-feira realizar escutas ilegais na cela do doleiro Alberto Youssef, preso no dia 17 na Operação Lava Jato, acusado de comandar um esquema que teria movimentado R$ 10 bilhões. Em nota, a PF afirma que "encontrou um equipamento eletrônico estranho àquele ambiente" durante uma revista na cela do doleiro na quinta-feira. "O dispositivo foi apreendido e passará por perícia técnica para se identificar a natureza da peça", diz a nota da PF.
O advogado do doleiro, Antônio Augusto Figueiredo Basto, denunciou que seu cliente estava sendo vítima de escuta ilegal na cela, na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, ele entrou ontem com um pedido na Justiça Federal para que a suspeita de escuta seja investigada. O aparelho, segundo o advogado, usava um chip de celular para transmitir as conversas em tempo real.
Segundo a PF, no entanto, o aparelho foi encontrado na revista às 17h, e a denúncia à Justiça Federal foi feita só depois. "Os advogados de um dos presos, na Operação Lava Jato, só após a revista realizada pela polícia, uma hora mais tarde, protocolaram uma petição na Justiça Federal, com acusações que serão alvos de apuração", diz a Polícia Federal.
"A PF também vai investigar como o dispositivo entrou na cela, uma vez que apenas advogados e familiares têm acesso ao preso. A PF esclarece que não faz escutas clandestinas", diz a nota.