PF suspeita que Ramagem fez outras gravações de Bolsonaro, diz colunista
Nesta semana foi divulgado um áudio em que Bolsonaro, Ramagem e o general Heleno discutiam um plano para proteger Flávio Bolsonaro
A Polícia Federal suspeita que Alexandre Ramagem, durante o período em que era chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), teria feito outras gravações do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
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Nesta semana, foi divulgada a existência de um áudio de uma hora e oito minutos de uma reunião entre Bolsonaro, Ramagem e o ex-ministro do GSI, o general Augusto Heleno. Além deles, suspeita-se que a advogada do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) estava na reunião. O grupo discutia um plano para proteger o filho do ex-presidente da investigação das chamadas 'rachadinhas'.
Segundo a colunista Bela Megale, do jornal O Globo, a PF agora está fazendo um pente-fino em todos os arquivos do computador de Ramagem, apreendido em janeiro. Atualmente deputado e pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, Ramagem afirmou a aliados que não se lembrava de ter feito aquela gravação.
Na sexta-feira, 12, o deputado publicou no X (antigo Twitter) que não houve "interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro. A demanda se resolveu exclusivamente em instância judicial".
Operação Última Milha
Nesta quinta-feira, 11, a Polícia Federal cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão em Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo, pela 4ª fase da Operação Última Milha. A ação faz parte de uma série de investigações da PF sobre uma organização criminosa que agia na espionagem ilegal de autoridades públicas e na produção de fake news dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) -- o que ficou conhecida como 'Abin paralela' -- durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
As investigações têm mostrado que a organização era bem articulada. Segundo a PF, os criminosos chegaram a acessar computadores, celulares e a infraestrutura de telecomunicações da Abin para monitorar agentes públicos. Os alvos incluíam membros dos três poderes e até jornalistas.
Além do monitoramento ilegal, o grupo também criava perfis falsos para atacar autoridades e divulgar informações manipuladas, trabalho do grupo que recebeu alcunha de 'gabinete do ódio' dentro do governo Bolsonaro.