PGR denuncia Léo Índio por tentativa de golpe de Estado no 8/01 e associação criminosa armada
Léo Índio é primo dos filhos mais velhos de Jair Bolsonaro (PL) e estava nos atos golpista de 2023
Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por participar dos atos golpistas de 8 de janeiro. Ao primo dos três filhos mais velhos de Jair Bolsonaro (PL) foram imputados os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
A denúncia assinada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) no último dia 15, aponta que o suspeito teve participação no "planejamento, incitação e execução" do atentados às sedes dos Três Poderes. Conforme Gonet, Léo Índio manteve contato frequente com outros acusados do golpe, e "incitou publicamente, de forma reiterada" a prática de atos antidemocráticos, além de ter participado dos atos violentos na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
"Há prova suficiente de que o denunciado, aderindo subjetivamente as ações delitivas praticadas por terceiros, em circunstâncias nas quais tinha conhecimento da finalidade dos atos praticados, participou como incitador e executor dos atos antidemocráticos, compareceu aos atos de insurgência ocorridos no Congresso Nacional e concorreu dolosamente para a prática das condutas criminosas pelo grupo expressivo de executores dos atos de 8.1.2023", diz.
Ao longo da denúncia, Gonet cita publicações feitas pelo familiar dos Bolsonaro, entre elas, uma feita no WhatsAPP em novembro de 2022, após receber a possível localização de ministros do STF: "uma bomba cairia bem" ou "um raio dos céus".
Já no dia 4 de janeiro de 2023, ele questionou um contato se "irão invadir o congresso " e "se não for fazer nada, qual sentido?". A conversa foi considerada pela Procuradoria uma demonstração da predisposição de Léo Índio em incitar atos de insurgência. O procurador cita também posts do suspeito em que ele aparece em cima do Congresso Nacional e próximo ao Supremo Tribunal Federal no dia dos atos golpistas.
Ainda conforme a PGR, ele esteve envolvido em manifestações em acampamentos montados em frente a quartéis do Exército após Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhar as eleições. Léo teria acampado em frente ao QG de BRasília até o dia 9 de janeiro, e esteve "incitando, publicamente, a animosidade das Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais".
Ele também estaria em grupos de WhatsApp com "temática antidemocrática", compartilhando "conteúdos inverídicos e golpistas", entre eles 'Vamos lutar pelo Brasil', 'Pátria Amada' e 'Brasil é Bolsonaro 2022'. Nesses espaços, foram compartilhadas mensagens sugerindo intervenção militar e com desinformação sobre o resultado do pleito no qual Bolsonaro foi derrotado.
Na última sexta-feira, 17, o ministro relator do caso no STF, Alexandre de Moraes, pediu que a defesa de Léo Índio se manifeste sobre a acusação. A reportagem não conseguiu localizar os advogados até o momento, mas o espaço permanece aberto para manifestações.
Antes de apresentar a denúncia contra Léo Índio, o chefe do MPR pediu que Alexandre de Moraes decretasse o bloqueio de R$ 26,6 milhões em bens do primo dos Bolsonaro. Outros acusados pelos atos golpistas também receberam o mesmo pedido, que visa reparar os danos causados pelos vândalos que depredaram o Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto.
O suspeito foi alvo de duas etapas da Operação Lesa Pátria, que investiga os atos golpista de 8 de janeiro, em uma delas, teve o celular e o passaporte apreendidos. (**Com informações do Estadão Conteúdo)