PGR fala em pagamentos mensais a políticos da Lava Jato
Valores eram pagos em troca de indicações para diretorias da Petrobras e envolviam políticos do PP, do PMDB e do PT
A Procuradoria-Geral da República (PGR) identificou um esquema de pagamento mensal a parlamentares investigados pela Operação Lava Jato, que apura desvios na Petrobras.
Em nota divulgada após a publicação da lista dos políticos que serão investigados (veja abaixo), a PGR afirma que os pagamentos eram feitos em troca de indicações para as diretorias de Abastecimento, Serviços e Internacional da estatal.
“Segundo os depoimentos, os agentes políticos responsáveis pela indicação de Paulo Roberto Costa para diretoria de Abastecimento da Petrobras recebiam, mensalmente, um percentual do valor de cada contrato firmado pela diretoria. Outra parte era destinada a integrantes do PT responsáveis pela indicação de Renato Duque para Diretoria de Serviços”.
Segundo a PGR, entre 2004 e 2011, quem ficou responsável pela manutenção de Costa no cargo foram os políticos do PP. A partir de 2011, parlamentares do PMDB que já tinham indicado Nestor Cerveró - ainda segundo a PGR - para a diretoria Internacional passaram a apoiar também o nome de Costa na outra diretoria. “Daí porque também passaram a receber uma fatia da propina”, diz a PGR.
“Os colaboradores ainda esclareceram que o esquema operado no âmbito da Diretoria de Abastecimento se repetia nas Diretorias de Serviços e Internacional. O pagamento da propina era feito pelas empreiteiras diretamente aos agentes políticos ou por meio dos operadores financeiros, Alberto Youssef, Fernando Baiano e João Vacari Neto”, conclui a nota.
Segundo a PGR, a diretoria de Serviços foi ocupada por Renato Duque entre 2003 e 2012, após indicação de integrantes do PT, sendo o tesoureiro do partido, João Vaccari, o responsável pela distribuição dos valores.
Confira a lista dos políticos que serão investigados:
Senadores
Renan Calheiros (PMDB-AL) - presidente do Senado
Benedito de Lira (PP-AL)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Edison Lobão (PMDB-MA)
Gladison Cameli (PP-AC)
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Humberto Costa (PT-PE)
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Investigação chegou aberta ao STF e foram autorizadas diligências
Fernando Collor (PTB-AL)
Antônio Anastasia (PSDB-MG)
Deputados
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - presidente da Câmara
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) - ex-ministro das Cidades e deputado
Afonso Hamm (PP-RS)
Anibal Ferreira Gomes (PMDB-CE)
Arthur de Lira (PP-AL)
Carlos Magno Ramos (PP-RO)
Eduardo da Fonte (PP-PE)
João Sandes Junior (PP-GO)
Jerônimo Goergen (PP-RS)
José Mentor Neto (PT-SP)
José Olimpio Silveira Moraes (PP-SP)
José Otávio Germano (PP-RS)
Lázaro Botelho (PP-TO)
Luiz Carlos Heinze (PP-RS)
Luiz Fernando Ramos Faria (PP-MG)
Nelson Meurer (PP-PR)
Renato Molling (PP-RS)
Roberto Balestra (PP-GO)
Roberto Coutinho Teixeira (PP-PE)
Roberto Pereira de Britto (PP-BA)
Simão Sessim (PP-RJ)
Valdir Maranhão (PP-MA)
Vander Luiz dos Santos Loubet (PT-MS)
Outros
Aline Corrêa (PP-SP) - ex-deputada
Mario Negromonte (PP) - ex-ministro das Cidades
Roseana Sarney (PMDB-MA) - ex-governadora do Maranhão
João Vaccari Neto - tesoureiro do PT
Fernando Baiano - empresário, apontado como operador do PMDB
Cândido Vacarezza (PT-SP) - ex-deputado
João Alberto Pizzolatti Jr (PP-SC) - ex-deputado
João Felipe de Souza Leão (PP-BA) - ex-deputado
José Linhares da Ponte (PP-CE)
Luiz Argôlo (SD-BA) - ex-deputado
Vilson Covatti (PP-RS) - ex-deputado
Pedro Corrêa (PP-PE) - ex-deputado, codenado no mensalão
Pedro Henry (PP-MT) - ex-deputado, condenado no mensalão
Autos voltaram para origem
Antonio Palocci