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Política

PGR pede que JBS explique R$ 9,8 milhões a Wassef

As movimentações financeiras foram detectadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf)

26 ago 2020 - 17h33
(atualizado às 17h35)
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao empresário Joesley Batista e demais delatores da J&F que expliquem pagamentos de R$ 9,83 milhões da JBS S.A. - empresa que faz parte do grupo - ao advogado Frederick Wassef entre 2015 e 2020.

Frederick Wassef comparece a evento no Palácio do Planlato em junho
17/06/2020
REUTERS/Adriano Machado
Frederick Wassef comparece a evento no Palácio do Planlato em junho 17/06/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

As movimentações financeiras foram detectadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), em um relatório de inteligência financeira encaminhado ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que investiga o esquema de rachadinha no gabinete do ex-deputado estadual do Rio de Janeiro e hoje senador Flávio Bolsonaro, ex-cliente do advogado.

A apuração na PGR não é sobre a conduta de Wassef, que sequer será ouvido neste momento. O que procuradores buscam esclarecer é se houve omissão por parte de delatores do grupo J&F por deixarem de ter informado os pagamentos em seus acordos de colaboração.

A PGR já rescindiu (encerrou) os acordos dos colaboradores Joesley Batista Wesley Batista, Ricardo Saud, Francisco Assis e Silva, desde 2017, mas o Supremo Tribunal Federal ainda não decidiu pela homologação (validação judicial) da rescisão. Assim, o acordo ainda está vago. Advogados dos delatores tentam salvar os acordos por meio de uma repactuação, que até agora não foi aceita pela PGR.

Caso a PGR conclua que as explicações dos pagamentos a Wassef não são satisfatórias e que houve nova omissão por parte dos delatores, será um motivo a mais para manter a rescisão dos acordos de colaboração. A leitura interna na PGR é que seria mais uma bola nas costas, como no episódio da contratação do procurador Marcelo Miller.

O advogado de Joesley Batista, André Callegari, disse ao Estadão que 'os colaboradores nunca outorgaram poderes para Frederick Wassef trabalhar em nome deles nem perante o Supremo Tribunal Federal, na PET 7003 (processo que trata do acordo de colaboração), nem perante a Procuradoria-Geral da República'.

A reportagem questionou a assessoria de imprensa do grupo J&F se os executivos comentam a medida da PGR, e ainda não recebeu uma resposta.

Em nota na semana passada, a JBS disse que 'o escritório de advocacia mencionado não representa nem se manifesta em nome da Companhia junto à PGR'. "A empresa informa que os serviços prestados pelo escritório tiveram como finalidade atuação em inquéritos na esfera policial e que esses serviços foram prestados e pagos mediante emissão de notas fiscais, sendo a última referente ao ano de 2019", disse a nota da JBS.

Estadão
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