PL pública fake news para minar reforma tributária, diz site
Em publicação, partido afirmou que proposta vai gerar aumento de 60% no valor da cesta básica, dado que já foi desmentido pelo governo
O Partido Liberal (PL), liderado por figuras proeminentes como o ex-presidente Jair Bolsonaro, está utilizando campanhas digitais para combater a reforma tributária e convencer seus 99 deputados federais a rejeitar a proposta do governo Lula.
Na terça-feira, 4, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, se reuniu com o líder do partido na Câmara, deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), além de Braga Netto e Jair Bolsonaro, presidente de honra do partido.
De acordo com Valdemar Costa Neto, o propósito da reunião foi "definir uma estratégia eficaz para enfrentar a proposta de reforma tributária do PT, além de discutir outros temas relevantes do cenário político nacional".
Publicação polêmica
Em uma postagem na redes sociais, o ex-presidente alega que a "reforma do PT" poderia resultar em um aumento de até 60% no preço da cesta básica.
Ele também destacou as realizações da sua própria gestão e argumentou que Lula deveria seguir a política econômica adotada durante seu governo, que defendia uma redução de impostos e um aumento na arrecadação.
A possível repercussão da reforma tributária sobre a cesta básica foi avaliada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). No último sábado, o presidente da entidade, João Galassi, se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir a eventual elevação dos preços dos produtos básicos.
No entanto, os números apresentados pela Abras foram contestados pelo secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, que esclareceu as inconsistências nos cálculos realizados pela associação.
“Não é que estão dizendo que vai haver um aumento de 60% na cesta básica. O que eles estão dizendo é que a carga tributária, o montante que incide sobre a cesta básica teria um aumento de 60%, pelas contas deles. Por esse tipo de raciocínio, se eu tiver uma alíquota de 0,1% e ela for para 1%, aumentou 900%. Segundo, mesmo a conta que eles trouxeram está errada. Por quê? A conta que a Abras fez pegou simplesmente do ponto de vista da tributação atual da margem dos supermercados, na venda de produtos da cesta básica, do PIS Cofins, eles estimaram, com base nas alíquotas de cada estado, qual o impacto da adoção de uma alíquota que fosse 50% de uma alíquota básica, que é o que está previsto na PEC”, explicou o secretário.