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Política

Plano de fuga de ex-governador do TO envolvia identidade uruguaia, passaporte italiano e contas no exterior

Mauro Carlesse foi detido por indícios de um possível plano de fuga internacional

16 dez 2024 - 11h52
(atualizado às 12h05)
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Mauro Carlesse
Mauro Carlesse
Foto: Divulgação/Governo do Tocantins

A decisão que autoriza a prisão do ex-governador do Tocantins Mauro Carlesse detalha o suposto plano de fuga para o exterior. O político, afastado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em outubro de 2021 por suspeita de corrupção, foi detido no domingo, 15, na Fazenda Joia Rara, propriedade dele, localizada no município de São Salvador (TO), e depois transferido para uma carceragem em Palmas.

De acordo com a decisão da 3ª Vara Criminal de Palmas, obtida pela TV Anhanguera, foram encontrados indícios e diálogos de um possível risco de fuga internacional. Para os investigadores, Carlesse e o sobrinho Claudinei Quaresemin, ex-secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins, estavam prontos para fugir para Itália ou para o Uruguai. 

Ainda conforme a decisão, Quaresemin teria providenciado documento de identidade e autorização para residência fixa no Uruguai para os dois. Além disso, eles teriam conversado sobre como enviar dinheiro para fora do País.

"Depois, trava-se diálogo entre Mauro Carlesse e Claudinei Aparecido Quaresemin a respeito das contas e uma forma para mandarem dinheiro para uma conta no exterior, fato que pode constituir novos crimes de lavagem de ativos, tendo Claudinei sugerido que fosse feito pelo 'câmbio' (câmbio paralelo, o que, além de lavagem, pode constituir crime de evasão de divisas)", diz um trecho da decisão.

Segundo o documento, o ex-secretário ainda teria feito tratativas para alugar uma casa na Itália com o nome de uma intermediária. Carlesse também vinha usando um endereço italiano para supostamente requerer documentos para família.

"Apurou-se que Mauro Carlesse já está com seu passaporte italiano nas mãos, pronto para deixar o Brasil, tendo declarado residência em Marsciano (Perugia), onde o vilarejo de Pieve Caina está encravado", diz a decisão.

Prisão do ex-governador

A prisão de Mauro Carlesse foi cumprida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Tocantins (MPTO). Os agentes também cumpriram mandados de busca e apreensão na residência do político expedidos pela 3ª Vara Criminal de Palmas.

Mauro Carlesse assumiu o Poder Executivo do Tocantins em 2018. Ele era presidente da Assembleia Legislativa e acabou na cadeira de governador porque Marcelo Miranda (MDB) e Cláudia Lelis (PV), governador e vice à época, foram cassados por uso de caixa dois na campanha eleitoral de 2014.

Neste ano, Carlesse teve seu nome envolvido em investigação sobre crimes de fraudes em licitações na extinta Secretaria de Infraestrutura, Cidades e Habitação do Estado do Tocantins, ocorridas no ano que assumiu o governo.

Além da prisão de Mauro Carlesse, a Justiça expediu outro mandado contra o ex-secretário Claudinei Quaresemin, também investigado por envolvimento em um esquema de corrupção. Ele já está preso por outra investigação.

Em nota à TV Anhanguera, a defesa de Carlesse informa que o ex-governador "recebeu a notícia da prisão com indignação, pois não é condenado em nenhum processo e nem possui qualquer proibição de ir e vir, estando em pleno gozo de todos os seus direitos fundamentais, principalmente o de ir e vir".

"Quando requisitado, sempre responde à Justiça com advogado constituído e colabora com as informações solicitadas. Mauro Carlesse sempre esteve à disposição da Justiça e assim permanecerá. A defesa irá apresentar o pedido de revogação da prisão", diz o comunicado. 

Fonte: Redação Terra
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