Plínio sobre governo Dilma: "acho que vai rolar muito mensalão"
1 nov2010 - 13h33
(atualizado às 20h08)
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Marina Gama
O candidato à presidência da República derrotado no primeiro turno, Plínio de Arruda Sampaio (Psol), afirmou nesta segunda-feira (1) ao Terra que o grande problema da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), será "administrar a bancada fisiológica" eleita no Congresso e disse acreditar que o mensalão vai voltar. "Acho que vai rolar muito mensalão".
A partir de 2011, o bloco governista de Dilma terá, na Câmara, pelo menos 372 dos 513 deputados - até 2010 eram 357 deputados - e no Senado 58 integrantes dos 81 - até este ano são 39.
"Essa maioria é uma maioria absolutamente fisiológica, vai exigir cargos, vai exigir vantagens. Já, já nós temos um outro mensalão por aí", afirmou Plínio, acrescentando: "a bancada dela é proposta pelos conhecidos partidos, onde estão os maracuteios. De modo que de maracuteio só pode sair maracutaia".
Para o socialista que declarou voto nulo no segundo turno, a vitória destas eleições foi de Lula e não de Dilma. "Tanto assim que a imprensa internacional só pôs vitorioso o Lula", declarou.
O integrante do Psol não deixou de repetir as críticas que fez a Dilma durante o decorrer da campanha ao dizer que ela é politicamente desconhecida. "Eu vejo com muita preocupação o que vem pelo futuro, porque é uma incógnita. Você não sabe o que essa mulher vai fazer porque ninguém a conhece politicamente".
Segundo Plínio, o novo governo é uma ameaça, pois para ele, as mudanças necessárias não acontecerão. "É uma ameaça no seguinte sentido: é a continuação de uma política de enganação, enquanto os problemas do Brasil vão se agravando tremendamente. A educação está muito ruim, a saúde está um lixo, a violência cresce de uma maneira desmedida, o País se desindustrializa, a pouca indústria que fica se desnacionaliza de modo que é um processo de regressão neocolonial que vai continuar".
Questionado se ele acredita que o governo Dilma será mais personalista ou se voltará ao PT, Plínio disse que não tem como prever, mas acredita que, a princípio, ela seguirá os conselhos de Lula. "Não dá para dizer, tudo indica que ela será monitorada por um staff indicado pelo Lula", afirmou e acrescentou: "o Lula já se deu ao luxo de estar indicando ministro para ela".
Pedido de neto
Plínio votou no colégio Santa Cruz, em São Paulo, no domingo (31), acompanhado de seu neto, Antonio, de 6 anos. Antes da votação, Antonio pediu para o avô votar em José Serra (PSDB) para presidente, mas não teve sucesso.
"Eu disse que ia votar nulo, mas ele ficou bravo porque queria que eu votasse no Serra", contou, entre risos. Questionado por qual motivo o neto escolhera Serra, Plínio afirmou que foi apenas porque viu "a cara de Serra na televisão e gostou mais".
O debate Estadão/Gazeta e conta com a participação dos candidatos à presidência Marina Silva (PV), Plínio de Arruda (Psol) e José Serra (PSDB)
Foto: Fernando Borges / Terra
Em debate mais uma vez sem novidades, candidatos se limitaram às repetições
Foto: Fernando Borges / Terra
Ao chegar ao debate do Estadão/Gazeta, Plínio disse que ausência de Dilma demonstra prepotência e arrogância
Foto: Fernando Boreges / Terra
Marina disse que, se eleita, daria prioridade aos cidadãos e pediu punição para os responsáveis pela quebra de sigilo
Foto: Fernando Borges / Terra
Serra ressaltou a importância do debate: ¿vamos ver quem vem e quem não vem.Esse é um debate muito importante para o Brasil, para apresentar as ideias dos candidatos¿
Foto: Fernando Boreges / Terra
Plínio disse que Dilma estava "nervosa pra burro" no debate em que compareceu
Foto: Fernando Borges / Terra
O candidato tucano afirmou que "o governo federal deve comprar essa luta" da segurança pública e que isso não deve ficar por conta dos Estados
Foto: Fernando Borges / Terra
Marina criticou os investimentos dos governos no setor. "O investimento em saneamento básico tanto nesse governo, quanto no passado, foi ínfimo. Uma vergonha"
Foto: Fernando Borges / Terra
Plínio criticou a ausência de Dilma no debate: "é uma falta de respeito com o povo brasileiro"
Foto: Fernando Borges / Terra
A candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, não compareceu ao debate desta quarta-feira (8)
Foto: Fernando Borges / Terra
Serra criticou várias vezes Dilma. "Ela terceiriza até o debate de campanha, é o presidente do partido e da República quem falam por ela"
Foto: Fernando Borges / Terra
Serra afirmou que o governo cria o clima propício para os vazamentos. "Cria o clima do Deus morreu: cada um faz o que quer"
Foto: Fernando Borges / Terra
Uma pausa para beber água, após muitas "tiradas" durante o debate. Plínio foi, mais uma vez, destaque em um confronto direto com oponentes
Foto: Fernando Borges / Terra
Plínio disse que a educação deve ser toda pública. "O que resolve é 10% do PIB na educação pública de ponta a ponta. Educação não é comércio, é serviço público"
Foto: Fernando Borges / Terra
Marina criticou a postura de Lula sobre as quebras de sigilos na Receita. "O presidente da República vem a público para dizer que as vítimas não têm nenhuma importância e vem em defesa de sua candidata"
Foto: Fernando Borges / Terra
Marina elogiou os trabalhos com as hidrelétricas no governo do qual fazia parte, mas disse que "a lógica ainda era tratar meio ambiente em oposição ao desenvolvimento"
Foto: Fernando Borges / Terra
O secretário da Cultura de São Paulo, Andrea Matarazzo, assistiu ao debate dos presidenciáveis
Foto: Fernando Borges / Terra
Mônica Serra, mulher do presidenciável tucano, também estava na plateia durante o debate
Foto: Fernando Borges / Terra
Candidato a vice na chapa com José Serra (PSDB), Indio da Costa acompanhou de perto a performance do tucano