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Política

Polícia Federal apura paradeiro de jetski de pescaria de Bolsonaro e Carlos

Suspeita investigada por policiais federais é da possibilidade de moto aquática ter sido utilizada para ocultar evidências

31 jan 2024 - 16h49
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Carlos e Jair Bolsonaro durante operação da PF nesta segunda-feira, 29
Carlos e Jair Bolsonaro durante operação da PF nesta segunda-feira, 29
Foto: Reprodução/GloboNews

A Polícia Federal (PF) apura o paradeiro de um jetski que teria sido usado pela família de Jair Bolsonaro (PL) quando eles saíram para pescar em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, na mesma manhã em que ocorreu a operação de busca e apreensão contra o filho dele, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos – RJ). As informações são da CNN Brasil. 

A PF recebeu informações indicando que uma moto aquática, que estava com a família, não retornou. Os policiais agora investigam a possibilidade da embarcação ter sido utilizada para ocultar evidências.

A defesa do vereador negou ao site de notícias quaisquer irregularidades, assegurando que ele está disposto a prestar depoimento assim que obtiver acesso aos detalhes completos da investigação.

Ao ser contatado pela CNN, o círculo próximo à família afirmou que o jetski não retornou porque pertence a um amigo e foi transportado para a residência deste, não havendo qualquer irregularidade envolvida.

Carlos Bolsonaro foi alvo de mandado de busca e apreensão na segunda-feira, 29, quando a PF deu continuidade à Operação Vigilância Aproximada, deflagrada na semana passada e que investiga suposto esquema na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que monitorava ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas. Assessores também foram alvos da ação da Polícia. 

Além disso, o ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) foi alvo de busca e apreensão. Segundo a investigação, o parlamentar usou a estrutura do órgão para fazer espionagens ilegais que favoreceriam a família de Bolsonaro. 

Conforme a PF, a Abin teria monitorado ilegalmente os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, a ex-deputada Joice Hasselmann e o ex-governador Camilo Santana, do Ceará, hoje ministro da Educação do governo Lula, entre outras pessoas. A investigação aponta que ferramentas e serviços da Abin foram utilizados para monitorar ilegalmente essas autoridades.

A Abin é o órgão responsável por fornecer informações e análises estratégicas à Presidência da República para contribuir na tomada de decisões. Conforme as investigações, a organização criminosa utilizava ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial. Sob as orientações de Ramagem, sete policiais federais cumpriam as determinações, monitorando alvos e produzindo relatórios apócrifos que seriam divulgados com o fim de criar narrativas falsas.

A Polícia Federal encontrou, por exemplo, registros de que a Abin tentou produzir provas que relacionassem ministros do STF e deputados federais de oposição ao governo de Bolsonaro ao Primeiro Comando da Capital (PCC). As notícias falsas ligando essas autoridades à organização criminosa circularam em grupos bolsonaristas.

A PF também encontrou documentos que indicam que o sistema de inteligência da Abin foi usado indevidamente para monitorar uma promotora de Justiça do Rio de Janeiro que investigou o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Os documentos sobre a promotora teriam a mesma identidade visual de relatórios apócrifos produzidos pela "estrutura paralela" que, segundo os investigadores, teria sido montada na Abin.

Em uma live no domingo, 28, Bolsonaro negou ter criado uma "Abin paralela" com a finalidade de espionar seus adversários políticos enquanto era presidente.

Fonte: Redação Terra
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