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Política

Polícia Federal indicia Janones por suspeita de 'rachadinha'

PF indiciou deputado federal por supostos crimes de corrupção, associação criminosa e peculato

12 set 2024 - 16h33
(atualizado às 18h11)
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O deputado federal André Janones
O deputado federal André Janones
Foto: Alex Silva/Estadão / Estadão

A Polícia Federal indiciou o deputado federal André Janones (Avante-MG) por suspeita de envolvimento em crimes de corrupção, associação criminosa e peculato, no âmbito de uma investigação sobre uma possível prática de 'rachadinha' em seu gabinete na Câmara. Além de Janones, também foram indiciados seus ex-assessores Alisson Alves Camargos e Mário Celestino da Silva Júnior. As informações são do blog do Fausto Macedo, do Estadão

O caso também foi analisado pela Câmara dos Deputados em um processo movido pelo PL, com a relatoria do deputado Guilherme Boulos (PSOL). O candidato à Prefeitura de São Paulo solicitou o arquivamento da representação, alegando que não havia motivos suficientes para dar continuidade ao processo, já que os eventos aconteceram “antes do início do mandato” e que “o (Poder) Judiciário fará seu trabalho” nas investigações.

Ao indiciar o deputado, a Polícia Federal afirma que Janones é o “eixo central em torno do qual toda a engrenagem criminosa gira”. Segundo a PF, sua “conduta ilícita” teve início no começo de seu mandato.

A PF também destacou o áudio divulgado por Cefas Luiz Paulino, ex-assessor de Janones, em que o parlamentar solicita a devolução de parte dos salários de funcionários da Câmara. O deputado confirmou a autenticidade do áudio, e a perícia da PF ratificou que a voz é de Janones.

De acordo com a Polícia Federal, a comprovação da autenticidade do áudio seria suficiente para acusar o parlamentar de crime. “Trata de um delito formal e instantâneo, o qual se consuma com a simples solicitação da vantagem indevida”, destaca o documento de indiciamento de Janones. A investigação identificou outros envolvidos no suposto crime e “fortes indícios” de que a prática ilegal foi realizada.

A partir da quebra do sigilo fiscal de Janones, a PF também afirma ter identificado uma variação patrimonial “a descoberto” do deputado entre os anos de 2019 (R$ 64.414,12) e 2020 (R$ 86.118,06).

Além disso, o indiciamento também está relacionado aos achados sobre os ex-assessores de Janones. Por exemplo, segundo o inquérito, Mário forneceu cartões de crédito ao parlamentar, com ele mesmo arcando com as despesas, sem ser ressarcido.

A Polícia Federal também identificou um cartão de crédito adicional em nome de Janones, vinculado à conta de Mário, solicitado em 2019. De acordo com a PF, “ao que tudo indica, o único objetivo de Mário ao emitir o cartão adicional era repassar parte de sua remuneração ao parlamentar”.

O cartão foi utilizado para uma série de despesas, incluindo móveis, roupas, hospedagens, farmácia, combustível e até joias, acumulando mais de R$ 100 mil em gastos. A investigação não encontrou justificativas para o uso do cartão por Janones.

A PF também encontrou “apropriação indevida de verba parlamentar” para benefício do deputado, uma vez que ele solicitava à Câmara o reembolso de despesas pagas por Mário, o que levou à acusação de peculato.

Já em relação a Alisson, a PF afirma que, a pedido de Janones, ele sacava dinheiro logo após receber seu salário, um comportamento típico de 'rachadinha'. O inquérito aponta que Alisson retirou mais de 75% de seus ganhos da Câmara.

Embora a PF não tenha conseguido rastrear completamente o destino do dinheiro em espécie, o que afirma ser "comum pela complexidade de se produzir provas nesse tipo de operação”, as movimentações financeiras de Alisson geraram suspeitas. A Polícia Federal concluiu que, quando analisadas com o áudio em que Janones pede a devolução de salários e com a admissão de Alisson, essas suspeitas se tornam “fortes indícios de autoria do crime de corrupção passiva”.

Janones não havia se posicionado sobre o indiciamento até a última atualização desta reportagem. O Terra tenta localizar a defesa dele e dos outros suspeitos. O espaço continua aberto para manifestações. 

Fonte: Redação Terra
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