Polícia Federal pede ao STF para ouvir Valdemar Costa Neto após declaração sobre 'minuta do golpe'
Pedido ocorreu após declarações de Costa Neto afirmar ter recebido “várias” propostas como a da minuta
A Polícia Federal pediu nesta terça-feira, 31, para colher o depoimento do presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, a respeito das declarações dele sobre a minuta para decretar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Uma diligência de busca e apreensão na casa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres revelou a existência da minuta. O documento foi apreendido e anexado ao inquérito sobre os atos golpistas que ocorreram no dia 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes. Torres, que está preso desde o dia 14, nega ter escrito o rascunho do decreto.
Segundo o texto, uma comissão seria formada majoritariamente por representantes do Ministério da Defesa, além do então presidente Jair Bolsonaro (PL), no TSE. O objetivo do documento era anular a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições.
O pedido da Polícia Federal ocorreu após Valdemar Costa Neto afirmar ter recebido “várias” propostas como a da minuta. "Em recente entrevista a veículos jornalísticos, o Sr.Valdemar Costa Neto, presidente do partido político PL, disse que chegou a receber várias propostas, documentos que supostamente poderiam questionar/alterar no TSE o resultado eleitoral e que teve o cuidado de triturar tais documentos", afirmou o delegado Raphael Soares Astini em ofício.
O PL chegou a receber multa de R$ 22,9 milhões do TSE depois que pediu a anulação dos votos de 279,3 mil urnas eletrônicas alegando que houve 'mau funcionamento' do sistema. Além disso, o presidente do STE abriu uma investigação na Corregedoria-Geral Eleitoral contra Costa Neto, para apurar se o político usou indevidamente a estrutura do partido para atacar 'tumultuar o regime democrático brasileiro'.
O político também é investigado no inquérito das milícias digitais, que tramita no Supremo Tribunal Federal e mira a atuação de grupos organizados na internet para espalhar notícias falsas e ataques antidemocráticos.
*Com informações do Estadão