Polícia Federal pegou Milton Ribeiro em grampo
Operação Acesso Pago investiga as irregularidades no Ministério da Educação
O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro admitiu em conversa com um interlocutor que tinha “receio” de uma ordem de busca e apreensão no âmbito da investigação que apura a instalação de um “gabinete paralelo” no Ministério da Educação – caso revelado pelo Estadão. “O assunto dos pastores… é uma coisa que eu tenho receio um pouco é de… o processo… fazer aquele negócio de busca e apreensão, entendeu?”. O ex-ministro e os demais investigados foram grampeados pelos investigadores no âmbito das apurações da Operação Acesso Pago.
Em março, o jornal revelou que os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura tinham acesso livre ao gabinete do então ministro e intermediavam encontros de Ribeiro com prefeitos. Ao Estadão, prefeitos denunciaram cobrança de propina em dinheiro, bíblia e até ouro por parte da dupla de religiosos para liberar verbas para a educação.
A declaração de Milton Ribeiro consta de decisão do juiz Renato Coelho Borelli, da 15ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal nesta quinta-feira, 23. No documento, o magistrado lembrou os fundamentos que levaram à prisão preventiva de Ribeiro, entre eles o de ‘conveniência da instrução criminal, em virtude do contexto de conversas interceptadas na investigação, em que foi possível vislumbrar eventual conhecimento das apurações com contornos de interferência’.
O ex-ministro, Arilton Moura, o pastor Gilmar Santos, o advogado Luciano Musse e o ex-assessor da Prefeitura de Goiânia Helder Bartolomeu foram presos a quarta-feira, 22, na Operação Acesso Pago. No dia seguinte, o desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) cassou a decisão e mandou soltar os investigados.