Por ordem de Moraes, PF faz buscas contra bolsonaristas suspeitos de atos antidemocráticos
Mais de 80 mandados de busca e apreensão são cumpridos em sete Estados e no Distrito Federal
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) suspeitos de coordenarem atos antidemocráticos e bloqueios em estradas são alvo de uma operação da Polícia Federal deflagrada nesta quinta-feira, 15. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ministro, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é relator do inquérito que investiga manifestações inconstitucionais e fake news sobre urnas e eleições na Suprema Corte.
De acordo com a Polícia Federal, são cumpridos 81 mandados de busca e apreensão nos Estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e no Distrito Federal.
Segundo informações da TV Globo, Alexandre de Moraes também autorizou bloqueio de contas e quebra do sigilo bancário dos investigados.
Na quarta-feira, 14, o ministro disse em um evento que "ainda tem muita gente para prender e muita multa para aplicar" no inquérito sobre atos antidemocráticos.
A ofensiva é aberta três dias após bolsonaristas tentarem invadir a sede da Polícia Federal em Brasília, além de atearem fogo a carros e ônibus na capital federal. O estopim para a escalada nas ações dos militantes bolsonaristas foi a prisão do líder indígena José Acácio Serere Xavante, sob suspeita de crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Bloqueios em estradas
Após os atos considerados antidemocráticos se espalharem pelo País com a derrota de Bolsonaro nas urnas, o Supremo determinou o desbloqueio de rodovias que foram tomadas pelos apoiadores do presidente. Além disso, a Corte impôs multa aos veículos identificados como participantes dos atos - e ainda determinou que as Polícias e Ministério Público investiguem supostos líderes e financiadores das ações.
As ações levaram à abertura, no Supremo, de uma apuração "em razão da ocorrência, após a proclamação do resultado das Eleições Gerais de 2022 pelo Tribunal Superior Eleitoral, de diversos atos antidemocráticos, nos quais grupos de caminhoneiros, insatisfeitos com o resultado do pleito, passaram a bloquear o tráfego em diversas rodovias do país, em modus operandi semelhante ao verificado nos Feriados da Independência de 2021 e 2022".
Na petição, Alexandre de Moraes determinou o bloqueio de contas bancárias de dez pessoas e 33 empresas diante da possibilidade de financiamento de 'atos ilícitos e antidemocráticos' que bloquearam rodovias em todo o País após a derrota de Bolsonaro nas urnas. (* Com informações do Estadão Conteúdo)