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Política

Por que mandaram matar Marielle? PF aponta milícias e grilagem de terras como motivos de assassinato

Segundo o ex-policial militar Ronnie Lessa, autor das mortes da vereadora e do motorista Anderson Gomes, Marielle estava 'atrapalhando os interesses dos irmãos Brazão, em especial, sua atuação junto a comunidades em Jacarepaguá, em sua maioria dominadas por milícias'; o trio nega participação no crime

25 mar 2024 - 12h35
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Seis anos após o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a Polícia Federal aponta as possíveis principais motivações dos homicídios: a "repugnância" dos irmãos Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), e Chiquinho Brazão (União-RJ), deputado federal, em relação à atuação da parlamentar "em face dos seus interesses escusos" - ligados à milícia e à exploração de terras griladas.

Segundo o ex-policial militar Ronnie Lessa, autor das mortes e delator, Marielle estava "atrapalhando os interesses dos irmãos, em especial, sua atuação junto a comunidades em Jacarepaguá, em sua maioria dominadas por milícias, onde se concentra relevante parcela da base eleitoral" da família Brazão. A vereadora teria pedido para a população não aderir a novos loteamentos situados em áreas de milícia.

"Os elementos apresentados pelo discurso do colaborador podem ser sintetizados em duas questões primordiais: a suposta animosidade dos Brazão com integrantes do PSOL, apontada por conta de levantamentos de políticos da legenda que teriam sido solicitados no interesse dos Irmãos, e a atuação de Marielle Franco junto a moradores de comunidades dominadas por milícias, notadamente no tocante à exploração da terra e aos loteamentos ilegais", diz a Polícia Federal.

Tratativas clandestinas

Os investigadores dizem que as conclusões do inquérito sobre a motivação do assassinato de Marielle se baseiam na busca por confirmar as declarações de Lessa, com "dados e evidências que pudessem comprovar a narrativa apresentada ou, ao menos, atestar sua plausibilidade".

"Some-se a isso que as tratativas encetadas para a consecução do delito foram realizadas sob o manto da clandestinidade, mantidas durante breves encontros em local ermo, o que comprometeu demasiadamente a comprovação, por meios técnicos e diretos, do ajuste fatal e de sua respectiva motivação. Restando, portanto, apenas a aferição da aparente veracidade para valoração dos esclarecimentos ofertados por aquele que executou a vítima", ressalvou a corporação.

Segundo a PF, apesar da "escassez de provas diretas", em razão da "natureza clandestina das tratativas" entre Lessa e os Brazão, é possível inferir que as declarações do delator sobre o motivo da morte da vereadora "se mostram verossímeis diante dos dados e indícios ora apresentados".

Estadão
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