'Por que os três filhos dele não renunciam em protesto à urna fraudulenta?', pergunta Lula em indireta à Bolsonaro
Evento que marca um ano dos atos golpistas ocorreu no Salão Negro do Congresso e reuniu ministros, parlamentares e governadores
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso durante o evento "Democracia Inabalada", no Congresso Nacional, que marcou um ano dos atos golpistas de 8 de janeiro. Lula soltou indiretas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Sem mencionar o nome de Jair Bolsonaro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) soltou algumas indiretas ao ex-presidente durante um discurso nesta segunda-feira, 8. As declarações foram feitas no evento Democracia Inabalada, no Congresso Nacional, que marcou um ano dos atos golpistas de 8 de janeiro.
“Aqui não tem ninguém que disputou tantas eleições quanto eu, que perdeu tantas vezes como eu e que ganhou tantas vezes como eu . Essa é a grande arma de participar. Mas, veja, eu fui para o 2º turno nas três primeiras que participei. Depois, ganhei outras quatro, tudo com voto eletrônico. Ficamos em 2º em 2018 com o Haddad e voltamos a ser primeiros em 2022”, disse o presidente durante o discurso.
“A pergunta que faço é: se houvesse a possibilidade de falsificar as urnas, será que eu teria ido tantas vezes para o 2º turno? Seria eleito tantas vezes presidente da República? Teríamos conseguido eleger a Dilma Rousseff naquela campanha de 2014 com clima de guerra estabelecido no País?”, questionou.
Lula pontuou que só questionaram a legalidade da urna porque ‘perderam as eleições’ e alfinetou Bolsonaro. “Por que não pedem para seu partido renunciar todos os deputados e senadores que foram eleitos? Os três filhos dele (ex-presidente Jair Bolsonaro): por que não renunciam em protesto à urna fraudulenta? É importante que a gente tenha clareza da importância da democracia”.
A indireta se refere aos filhos de Bolsonaro, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), que cumprem mandatos como senador, deputado federal e vereador do Rio de Janeiro, respectivamente.
Ainda durante o discurso, Lula afirmou que todos os que participaram, direta ou indiretamente, dos atos golpistas devem ser ‘exemplarmente punidos’. "Todos aqueles que financiaram, planejaram e executaram a tentativa de golpe devem ser exemplarmente punidos. Não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra seu País e contra o seu próprio povo. O perdão soaria como impunidade. E a impunidade, como salvo conduto para novos atos terroristas", declarou.
A cerimônia reuniu autoridades e lideranças políticas. Entre elas, o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, ministros do governo e do STF, além de governadores e parlamentares. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não compareceu e alegou problema de saúde de um familiar.