Presidenciáveis poupam Bolsonaro e atacam PT em debate
Principais candidatos nas eleições 2018 deixam a ideia do "voto útil"; Haddad é o principal alvo e é criticado por Ciro, Marina e Alckmin
A proximidade da eleição - 11 dias - e o cenário embolado da disputa presidencial, onde o líder das pesquisas não chega a reunir 30% das intenção de votos e quase o mesmo patamar (28%) dos eleitores ainda não têm candidato, fizeram com que os principais candidatos deixassem a ideia do "voto útil" apenas para as considerações finais e partissem para o ataque franco contra os adversários para garantir uma vaga no segundo turno.
Os candidatos à Presidência presentes no debate SBT/Folha/UOL evitaram mencionar o nome do presidenciável líder nas pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL), e centraram o ataque ao PT, de Fernando Haddad, que foi alvo de Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmim (PSDB) e Alvaro Dias (Podemos).
Questionado sobre o papel que o PT teria em seu eventual governo, Ciro disse que se for eleito "prefere governar" sem o partido. Sobre o MDB, do presidente Michel Temer, o pedetista disse que há bons quadros no partido e citou o senador paranaense Roberto Requião e o deputado federal pernambucano Jarbas Vasconcelos.
Haddad reagiu na sua vez de responder ao bloco de perguntas de jornalistas. Ele disse que Ciro "há poucos meses atrás me convidava a ser vice". "Ele chamava esta chapa de dream team", disse. O petista disse que não vai "demonizar ninguém".
Geraldo Alckmin (PSDB) e Alvaro Dias (Podemos) reforçaram o discurso antipetista. Enquanto o tucano disse lutar para "evitar que o PT volte ao poder", o senador paranaense disse que o "Brasil tem de evitar o retorno desta organização criminosa".
Alckmin também chamou de "insensatez" a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL).
Marina Silva (Rede) evitou responder se vai apoiar PT ou Bolsonaro no segundo turno e clamou pelos votos das mulheres no dia 7 de outubro. Ela voltou a dizer que "querem substituir a população pelo Centrão" e disse que a campanha dela é a "do tostão contra o milhão", em referência ao ex-presidente Jânio Quadros.
Cabo Daciolo (Patriota) defendeu a política de cotas raciais em universidades e concursos públicos, enquanto Boulos reafirmou o apoio a referendos e plebiscitos.
Henrique Meirelles (MDB) voltou a defender a Reforma da Previdência e evitou defender Temer.