PPS diz ter apoio necessário para CPI Mista da Petrobras
Não há consenso na oposição se assinaturas colhidas pelo partido poderão ser juntadas com as obtidas no Senado
O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), afirmou nesta quarta-feira ter obtido 173 assinaturas, duas acima do mínimo necessário, para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista para investigar a Petrobras. A garantia de uma comissão formada por deputados e senadores, no entanto, ainda não tem consenso dentro da oposição.
Para a criação de uma CPI mista, são necessárias 27 assinaturas no Senado e 171 na Câmara. No Senado, o PSDB afirma ter coletado 29 assinaturas em dois requerimentos, uma para a criação de uma CPI apenas no Senado e outra para uma comissão mista. Os tucanos preferem uma CPI mais ampla, com participação de deputados, mas queriam garantir pelo menos uma investigação no Senado.
O PPS passou a colher as assinaturas na Câmara, só que por um motivo diferente. O partido passou a defender uma CPI com base nas denúncias de que a empresa holandesa SBM Offshore teria pagado propina a funcionários da Petrobras. O texto do PSDB tem mais de um foco de investigação, entre os quais a compra de uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos.
Deputados do PSDB e do DEM trabalharam paralelamente ao PPS, na tentativa de obter apoio para o texto do Senado. Há dúvidas entre oposicionistas se as 173 assinaturas poderão ser aproveitadas para a CPI liderada pelo PSDB no Senado. A colisão entre partidos oposicionistas pode minar os planos de instalar uma comissão mista.
A criação da CPI é uma das apostas da oposição diante da divulgação de informações sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras. Em 2006, o conselho da estatal, quando presidido por Dilma Rousseff, aprovou a compra de 50% da refinaria por um preço oito vezes maior que a companhia belga Astra Oil havia desembolsado pela unidade inteira, no ano anterior.
A Petrobras também teve de desembolsar mais US$ 820,5 milhões, pois foi obrigada a comprar os outros 50% da refinaria em função de uma cláusula que estabelecia que, em caso de desacordo, um sócio deveria comprar a parte do outro.