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Política

Prefeitura de Recife superfaturou compra de livros para professores, diz TCE-PE

Kits dos docentes custaram R$ 310,94 cada, enquanto os dos alunos foram obtidos pelo valor de R$ 58 a unidade; materiais são semelhantes

25 mar 2025 - 14h10
(atualizado às 15h22)
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Resumo
O TCE-PE identificou superfaturamento de R$ 646,6 mil na compra de kits de livros para professores de Recife, enquanto responsabiliza gestores e empresa envolvidos. O caso ainda aguarda julgamento pelos conselheiros do órgão.
Prefeito reeleito do Recife, João Campos, conversa com jornalistas após encontro com ministro da fazenda, Fernando Haddad
Prefeito reeleito do Recife, João Campos, conversa com jornalistas após encontro com ministro da fazenda, Fernando Haddad
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil - 15.10.2024

O Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) apontou superfaturamento de R$ 646,6 mil na compra de livros para professores de Recife, cidade comandada pelo prefeito João Campos (PSB). Segundo análise do Ministério Público de Contas do TCE-PE, a prefeitura contratou os kits de livros dos docentes por R$ 310,94 cada, enquanto obteve os dos alunos pelo valor de R$ 58 a unidade — os kits, no entanto, são semelhantes, então não deveria haver tamanha diferença no valor.

"O valor unitário de R$ 310,94 contratado para o fornecimento dos kits de livros do professor corresponde a mais de cinco vezes o preço unitário do kit do aluno (R$ 58), mantendo-se o entendimento pela presença de indícios de superfaturamento na importância de R$ 194,94 por kit (R$ 310,94 - R$ 116)", afirma um relatório do Ministério Público de Contas do TCE-PE.

"O valor total arbitrado a título de dano por superfaturamento soma, portanto, R$ 646.615,98, considerando-se a expectativa de recebimento por 3.317 professores da rede municipal de ensino", acrescenta o documento.

O Ministério Público de Contas pediu responsabilização do então secretário municipal de Educação, Fred Amâncio, que se demitiu na semana passada, em meio a denúncias de irregularidades na contratação de creches pela prefeitura.

O órgão ainda pediu responsabilização dos secretários-executivos, dos chefes de Divisão, das equipes técnicas e da Mind Lab, empresa contratada para fornecer os kits, e sugeriu que a companhia pague R$ 1,6 milhão aos cofres públicos por "auferimento de lucro indevido em detrimento do erário municipal".

Inicialmente, Técnicos do TCE haviam apontado superfaturamento de R$ 3,3 milhões na contratação. O relatório feito por auditores do órgão apontou que cada kit para professor teria custado R$ 3.438, 60 vezes o valor do material para alunos (R$ 58). Eles apontam ainda que teria havido superfaturamento também na compra de licenças de uso dos docentes —R$ 2.602 cada, contra R$ 189 das licenças para alunos.

Após alegações das defesas dos envolvidos, o TCE constatou que não houve superfaturamento na compra das licenças, mas atestou valor acima do mercado no caso dos livros --o valor unitário pago pelos kits para professores, poranto, era menor do que o apontado inicialmente. O caso agora precisa ser julgado pelos conselheiros do TCE, que analisarão as conclusões dos auditores e do órgão de contas.

Em nota enviada ao Terra, o Mind Lab disse que "fornece tecnologias socioemocionais exclusivas por meio de inexigibilidade de licitação" e que "compras neste formato não podem ser direcionadas (...), o que afasta qualquer possibilidade de superfaturamento". A empresa acrescentou que já se manifestou em resposta ao processo do TCE-PE e que "segue à disposição para todos os esclarecimentos necessários".

A reportagem procurou também a prefeitura do Recife e a defesa do então secretário municipal de Educação, Fred Amâncio, que não deram retorno até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

Fonte: Redação Terra
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