Prerrogativas faz ofensiva no governo Lula para responsabilizar e tornar Bolsonaro inelegível
Grupo reúne juristas e advogados ligados ao PT; em jantar, eles adotaram mote 'Sem anistia', em alusão ao ex-presidente
Com cinco ministros no governo, o Grupo Prerrogativas vai montar uma ofensiva para levar o ex-presidente Jair Bolsonaro a responder por ações de seu governo na Justiça. A estratégia do grupo, que reúne advogados e juristas ligados ao PT, será traçada com o objetivo de tornar Bolsonaro inelegível.
Em jantar realizado na última segunda-feira, 3, para comemorar a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cerca de 200 integrantes do Prerrogativas demonstraram que agem em sintonia com o Palácio do Planalto. O mote "Sem anistia", puxado por eleitores de Lula, também foi entoado naquele encontro.
Na sua fala, Marco Aurélio afirmou que o grupo 'não quer revanchismo', e sim 'reconstituir e reconciliar o Brasil'.
Atualmente, a Esplanada abriga cinco ministros do Prerrogativas: Fernando Haddad (Fazenda), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Sílvio Almeida (Direitos Humanos), Vinícius Marques (CGU) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União). Os nomes constam da página do grupo na internet. Além disso, são integrantes do Prerrô o secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho; a presidente do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), Sheila de Carvalho; e Laio Morais, chefe de gabinete do ministro da Fazenda.
Lula fará duas indicações para o Supremo Tribunal Federal (STF) neste ano. A primeira será em maio, quando o ministro Ricardo Lewandowski se aposenta, e a segunda, em outubro, com a saída da presidente da Corte, Rosa Weber.
O grupo vai sugerir nomes para essas cadeiras, como Pedro Serrano, Lenio Streck, Heleno Torres, Carol Proner, Dora Cavalcanti e Manoel Carlos de Almeida Neto, mas admite apoiar candidatos que não pertencem ao Prerrogativas. Nessa lista estão Cristiano Zanin, advogado de Lula na Lava Jato, apontado como favorito para a vaga de Lewandowski, e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.
O Estadão tentou entrar em contato com Bolsonaro, mas não conseguiu localizá-lo.