Presidente da Câmara barra pedido para 'exaltar' ditadura
Deputado Jair Bolsonaro queria espaço em sessão solene para homenagear Forças Armadas pelos 50 anos do golpe de 1964
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), rejeitou nesta terça-feira o pedido do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) para exaltar o regime militar em uma sessão solene para lembrar os 50 anos do golpe de 1964. Em reunião de líderes partidários, o peemedebista informou que só acatará o requerimento da deputada Luiza Erundina (PSB-SP) para discutir a data.
"Indeferi o (o pedido do) deputado Bolsonaro, que queria homenagear a revolução de 64. Essa Casa não poderia fazer isso de jeito nenhum porque foi perseguida, brutalmente atingida pela revolução, seus membros foram cassados e essa Casa fechada", disse.
No último dia 17, o jornal Folha de S.Paulo informou que a Câmara dos Deputados abriria espaço para os críticos e os defensores da ditadura militar, o que gerou críticas à Casa Legislativa. Com a decisão, Bolsonaro ficará de fora como autor do requerimento para a convocação da sessão solene. O parlamentar do PP, que é militar de reserva, havia destacado em seu site a ideia de homenagear as Forças Armadas no dia 1º de abril. Segundo ele, os militares “salvaram o Brasil do comunismo”.
Em sua conta do Twitter, Alves disse que recebeu o apoio dos líderes partidários. “Líderes apoiaram integralmente a decisão em uma demonstração de que o caminho democrático não tem volta”, disse.