Presidente da Câmara pede pressa na investigação de Argôlo
Deputado Luiz Argôlo (SDD-BA) é suspeito de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou nesta quinta-feira ter pedido agilidade ao corregedor da Casa, Átila Lins (PSD-AM), na investigação do deputado Luiz Argôlo (SDD-BA). O deputado é suspeito de envolvimento como doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal acusado de comandar um esquema de lavagem de dinheiro.
"Falei com o corregedor, pedi a ele que agilizasse os prazos. Deputado tem cinco dias regimentais para apresentar sua defesa e imediatamente virá o parecer da Corregedoria, que eu levarei à mesa (diretora) em 24 horas", disse Alves.
O pedido de investigação contra o parlamentar foi formulado pela liderança do PPS à Corregedoria da Câmara. Segundo a Polícia Federal, Luiz Argôlo é suspeito de manter negociações com o doleiro que teriam girado em torno de R$ 200 mil. Reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo afirma que Youssef teria pagado dois caminhões com bezerros para o deputado. Em conversa gravada pela PF, Argôlo informa a conta bancária de um dos intermediários.
A revista Veja já havia revelado mensagens entre um interlocutor com as iniciais de Luiz Argôlo e o doleiro. Nelas, os dois combinavam pagamentos no endereço do apartamento funcional do congressista. No último dia 26, o site da revista Época revelou trocas de mensagens românticas entre os dois, interceptadas pela PF.
Alberto Youssef é o pivô da crise envolvendo o deputado André Vargas (sem partido-PR), que deixou o PT e a vice-presidência da Câmara após denúncias de ligação com o doleiro. Vargas assumiu ter viajado em um jatinho pago por Youssef e responde a processo no Conselho de Ética.
Depois que Youssef apresentar sua defesa, contará prazo de 45 dias para a instrução do processo e a emissão do parecer do corregedor pelo envio ou não do caso ao Conselho de Ética. Ontem, o Psol protocolou representação contra o deputado direto no conselho, que decidirá se abre ou não processo contra o congressista.