Presidente da Petrobras América se opôs à compra de refinaria
O engenheiro Alberto Guimarães, presidente da Petrobras América entre 2007 e 2008, se opôs à proposta da estatal de comprar 100% da refinaria de Pasadena. O executivo também se mostrou preocupado com o alto valor oferecido para a sócia belga Alstra Oil. Em 2006, sob o comando de José Sérgio Gabrielli, a Petrobras comprou 50% de Pasadena em 2006 por US$ 360 milhões e ofereceu US$ 700 milhões aos belgas para ficar com toda a refinaria em dezembro de 2007. A proposta foi assinada pelo então diretor da área internacional, Nestor Cerveró. Em setembro, porém, o então presidente da Petrobras América, braço da estatal nos EUA, fez os alertas por e-mail aos executivos do Brasil. As informações foram publicadas no jornal O Estado de S. Paulo.
O cargo havia sido assumido por Guimarães em 1.º de janeiro de 2007. Em outubro de 2008 ele foi substituído por José Orlando Azevedo, primo de Gabrielli. Naquela época, a Petrobras e Astra Oil já haviam se desentendido e estavam em litígio. Azevedo ocupou o cargo até 2012, quando a estatal brasileira foi obrigada pela Justiça dos EUA a comprar os 50% da empresa belga, num negócio que superou US$ 1,2 bilhão.
Funcionário de carreira da estatal, o primo de Gabrielli foi afastado do cargo que vinha ocupando em uma subsidiária da Petrobras na quinta-feira passada, um dia após ter seu parentesco com o hoje ex-presidente da estatal revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo. Os advogados da Astra apresentaram uma série de trocas de e-mails entre dirigentes da Petrobras nos EUA e no Brasil na ação em que buscava obrigar a Petrobras a cumprir o acordo de US$ 700 milhões. Com esses documentos, eles procuravam demonstrar que a negociação havia sido feita por executivos nos EUA sob orientações da empresa no Brasil.