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Política

PRF prendeu 49 por bloqueios em rodovias após derrota de Bolsonaro

A PRF sustentou que as prisões envolvem 'uma grande dificuldade', citando o episódio registrado em Novo Progresso, no interior do Pará

16 nov 2022 - 18h22
(atualizado às 18h40)
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Bloqueio em estrada
Bloqueio em estrada
Foto: Estadão Conteúdo/Leo Piva

A Polícia Rodoviária Federal fez 49 prisões 'pelos mais diversos crimes' durante a operação que visou liberar rodovias tomadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em todo o País após a derrota, nas urnas, para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. As atividades da corporação se intensificaram após a decisão do Supremo Tribunal Federal que determinou à corporação medidas para desobstruir as vias interditadas por manifestantes.

Em nota divulgada nesta quarta-feira, 16, a Polícia Rodoviária Federal afirmou que, em razão do número de manifestantes nos atos considerados antidemocráticos e o tamanho das equipes que atuaram na linha de frente da Operação Rescaldo, a corporação 'segue um protocolo progressivo a fim de resguardar a vida e a integridade de todos'.

A PRF sustentou que as prisões envolvem 'uma grande dificuldade', citando o episódio registrado em Novo Progresso, no interior do Pará - quando manifestantes foram flagrados jogando pedras contra um comboio que tentava liberar trecho da rodovia BR-163 no município do sudoeste do Estado. Um policial acabou ferido.

No último dia 9, a corporação informou ter desobstruído todas as vias do País que haviam sido bloqueadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro inconformados com o resultado das urnas. As interdições tiveram início no dia seguinte ao segundo turno do pleito, no dia 30. Logo em seguida, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou a desobstrução das estradas - decisão confirmada pelo Plenário da corte máxima na madrugada do dia 1º.

Em meio às cobranças, não só públicas, mas também do Judiciário, a Polícia Rodoviária Federal empregou diferentes esforços para liberar as vias. O diretor-geral da corporação Silvinei Vasques chegou a pedir uma verba de R$ 970 mil ao Ministério da Justiça para custear passagens e diárias de PRFs e suspendeu atividades administrativas não essenciais da corporação, assim como folgas para compensação de horas.

Na mira de investigações por possível prevaricação, Silvinei narrou ao Supremo que houve 'redução de efetivo operacional' na Operação Rescaldo, mas sustentou que, nos Estados em que foram registrados atos considerados antidemocráticos, a equipe foi ampliada e direcionada para os 'locais de manifestação'.

Nesta terça-feira, 15, o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro pediu o afastamento imediato de Silvinei, por 90 dias, sob a alegação de que o chefe da PRF fez uso indevido do cargo para beneficiar a candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Agora, as Polícias e o Ministério Público tentam identificar os líderes e financiadores dos atos considerados antidemocráticos. As forças policiais e Promotorias enviaram ao ministro Alexandre de Moraes informações que podem colocar os apoiadores de Bolsonaro na mira de investigações criminais.

Estadão
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