PSDB critica Bolsonaro por 'comemorar' morte de voluntário
Partido afirma que declaração do presidente 'é mais uma prova de que coloca suas pretensões políticas acima de todos'
O PSDB criticou o presidente Jair Bolsonaro por uma declaração feita após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspender os testes da vacina Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantã em parceria com o laboratório chinês Sinovac contra a covid-19. Em nota publicada nas redes sociais, o partido do governador de São Paulo, João Doria, afirmou que Bolsonaro "comemorou" a morte de um voluntário da vacina.
Mais cedo, Bolsonaro afirmou que a vacina Coronavac causa morte, invalidez e anomalia e que "ganhou" mais uma disputa contra Doria. "Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Doria queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha", publicou o presidente.
"O presidente Bolsonaro comemorou a morte de um voluntário da Coronavac. Que segundo consta faleceu por razões que não tinham a ver com a vacina, de acordo com o diretor do Instituto Butantã, Dimas Covas", diz a nota do PSDB. Em coletiva de imprensa, Dimas Covas afirmou que a morte foi reportada por atropelamento e que não há relação com os testes da vacina.
O partido afirmou que a declaração do presidente da República "é mais uma prova de que coloca suas pretensões políticas acima de todos e realmente não se importa com a vida dos brasileiros." Bolsonaro e Doria são dois possíveis concorrentes na disputa presidencial de 2020. "Cada vez mais ele (Bolsonaro) parece estar do lado do vírus", afirmou o PSDB.
"A corrida pela vacina não é uma guerra política e não pode ser tratada dessa forma. A vacina - seja ela qual for - é para proteger os brasileiros desse vírus que já levou a vida de mais de 160 mil pessoas", diz a nota do partido . O País registrou até segunda-feira, 9, pelo menos 162.638 mortes pela covid-19 desde o início da pandemia.
O PSDB replicou ainda uma declaração do governador paulista afirmando que o governo federal prometeu repasses a São Paulo para produção da vacina pelo Instituto Butantã, mas que até agora não havia liberado o repasse financeiro.
Além disso, a legenda disse que o governo federal "ignorou" a proposta de compra da vacina da Pfeizer, imunizante que apresentou eficácia de mais de 90% em proteger as pessoas contra o coronavírus na comparação com um placebo.
Na segunda-feira, 9, o Ministério da Saúde afirmou em nota que "todas as vacinas em estudos avançados no mundo estão sendo analisadas, inclusive a do laboratório Pfizer".