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Política

PSDB encolhe sem eleger prefeitos em capitais, mas vê esperança de manter 'tucanistão' em MS e PE

Marconi Perillo, presidente nacional da sigla, disse que via partido reduzido a 'pó de traque' em São Paulo antes das eleições, mas Datena ajudou a manter legenda 'na mídia'

7 out 2024 - 17h44
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O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que governou o Estado de São Paulo por quase três décadas, viu o número de candidatos eleitos para os Executivos municipais despencar pelo segundo pleito municipal consecutivo. Neste ano, os tucanos elegeram 273 prefeitos em todo o País — 250 a menos do que em 2022, quando comemoraram a vitória de 523 postulantes.

Na região metropolitana de São Paulo, a vitória foi restrita a um único município: Santo André. A sigla presidida por Marconi Perillo (PSDB) não conquistou nenhuma das capitais brasileiras, mas conseguiu ter destaque em estados como Mato Grosso do Sul e Pernambuco.

Na cidade de São Paulo, o resultado deste ano foi ainda pior para os tucanos — que já conseguiram vencer uma eleição em primeiro turno na cidade com João Doria, em 2016. O nome escolhido pelo partido, José Luiz Datena (PSDB), encerrou sua participação no pleito com amargos 1,84% dos votos válidos. Foi o pior desempenho da sigla na história das eleições paulistanas, local considerado pela legenda como "berço político". O apresentador disse ao Estadão que não pretende voltar à política e quer retornar ao comando de seu telejornal na TV Bandeirantes depois das suas "férias até o dia 30."

Perillo negou que tenha sido um erro escolher o jornalista como o candidato da legenda. Na avaliação dele, o PSDB estava reduzido a "pó de traque" em São Paulo antes deste pleito. "O partido ficou na mídia. O Datena protagonizou um debate permanente (nestas eleições)", disse o presidente nacional da sigla ao Estadão. "Ele nunca teve entrosamento com a política, então teve as limitações para se envolver nesse meio. Ele fez uma campanha limpa e verdadeira."

Marconi Perillo, Datena e José Anibal durante a convenção do PSDB que definiu o nome do apresentador, em 27 de julho
Marconi Perillo, Datena e José Anibal durante a convenção do PSDB que definiu o nome do apresentador, em 27 de julho
Foto: Taba Benedicto/Estadão / Estadão

O verdadeiro erro do PSDB, para ele, é que o partido não contou com candidato próprio à Presidência da República em 2022. "Depois do tsunami sofrido em 2022, nossa performance foi bem razoável. A gente reduziu a bancada a 13 deputados federais, apenas. E isso tem tudo a ver com o desempenho municipal. Quem cuida das eleições municipais são os deputados federais, que têm as emendas", comenta.

Perillo acrescenta que, para ele, o apresentador perdeu votos na reta final por conta do chamado voto útil. "Houve uma migração de votos dele também para candidatos que estavam disputando pau a pau o primeiro turno", pondera. "Houve um ataque sistemático de partidos da base do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) aos nossos prefeitos", comenta Perillo. "Resistimos heroicamente."

O PSDB foi o oitavo partido que mais elegeu prefeitos em todo o Brasil, atrás do PSD, MDB, PP, União Brasil, PL, Republicanos e PSB. Há quatro anos, a legenda era a quarta do País em número de candidatos eleitos para os Executivos municipais. Mesmo assim, o presidente tucano se vangloria de ter ficado à frente do PT, que terminou em nono lugar no ranking. "Têm a máquina federal na mão e nós não temos nada." O Cidadania, que faz federação com o PSDB, elegeu de seus candidatos.

Sem vereador em SP

Ainda na capital paulista, os tucanos não conseguiram eleger um vereador sequer. A Coluna do Estadão havia antecipado que o clima no partido já era de "desânimo" entre os candidatos ao Legislativo municipal e que seria "sorte" se conseguissem eleger um único postulante. A aposta era no nome de Mario Covas Neto (PSDB), o Zuzinha, que encerrou sua participação no pleito com 5.825 votos —Perillo, porém, avalia que ele "foi muito bem votado". Em todo o País, a sigla elegeu 883 vereadores, e o Cidadania, 413.

O partido já não tinha representantes na Câmara Municipal de São Paulo desde a última janela partidária, quando todos os oito vereadores da legenda deixaram o PSDB por confrontos com a direção nacional da sigla.

Por sua vez, São Bernardo do Campo, berço político e domicílio eleitoral do presidente Lula (PT), é um dos triunfos para a Federação PSDB/Cidadania, de acordo com Perillo. Por lá, o candidato do PT, Luiz Fernando, não conseguiu avançar ao segundo turno. O nome do Cidadania, o deputado federal Alex Manente, disputa a segunda etapa do pleito com Marcelo Lima (Podemos). Ainda no ABC paulista, Gilvan Júnior (PSDB) venceu no primeiro turno em Santo André, contra a petista Bete Siraque.

Na capital paulista, logo depois do resultado do pleito, a Federação PSDB/Cidadania formalizou o apoio ao candidato do MDB, Ricardo Nunes, no segundo turno. "É algo absolutamente natural. Nunes era vice do Bruno Covas. E nós somos adversários históricos do PT e da esquerda aqui. O PSDB tomou uma atitude coerente com a sua história", declarou Perillo.

O presidente do PSDB nacional argumenta que o partido não errou em lançar um candidato próprio ao invés de apoiar a candidatura do MDB desde o início da disputa, como defendia uma ala dissidente. Na visão de Perillo, o primeiro turno existe para que os partidos "se apresentem", enquanto a segunda etapa do pleito serve para "reunir pensamentos diferentes" e garantir "maioria absoluta" dos votos. "O 'não natural' seria a gente apoiar a candidatura do (Guilherme) Boulos."

Sobre a possibilidade da ampliação da federação PSDB/Cidadania, que será discutida depois do término das eleições, Perillo disse ao Estadão que precisa conversar com os integrantes do Cidadania. "Depois vamos avançar em eventuais acréscimos e ampliações com outros partidos. Solidariedade, PDT, que a gente já conversou", afirmou. A expansão do grupo partidário, para ele, seria importante para governos estaduais, futuros candidatos ao Congresso, Câmaras Municipais e Presidência da República.

Os tucanos ainda podem ampliar, um pouco, a quantidade de prefeituras sob seu comando depois da segunda etapa da eleição. Isso porque avançaram na disputa os peesedebistas de Piracicaba (SP), Ponta Grossa (PR), Caxias do Sul (RS), Santa Maria (RS) e Paulista (PE), esta última fora do eixo Sul-Sudeste. Mesmo assim, o PSDB teve a maior perda da chefia de Executivos municipais entre todos os partidos.

Mato Grosso do Sul e Pernambuco

O grande destaque do partido neste ano, no entanto, é Mato Grosso do Sul. Das 79 cidades do Estado, mais da metade (44) serão governadas pela legenda. Por lá, os tucanos conseguiram ganhar mais sete prefeituras para deixar sob suas asas. O atual governador do Estado, Eduardo Riedel, é do PSDB. É o terceiro mandato consecutivo da sigla no comando de MS.

Campo Grande, a capital sul-mato-grossense, não ficou com a legenda. O candidato tucano, Beto Pereira, terminou o pleito em terceiro lugar, com 25,95% dos votos válidos — cerca de 16 mil votos de diferença para a segunda colocada. O PSDB, no entanto, conseguiu conquistar cidades importantes, como Dourados, Três Lagoas, Ponta Porã, Nova Andradina e Paranaíba, por exemplo.

Pernambuco, governado pela tucana Raquel Lyra, é outro lugar de destaque para o partido, de acordo com o presidente da sigla. Por lá, o PSDB conseguiu eleger 32 prefeitos, ante os 5 da última eleição municipal, em 2020. O PSB, de João Campos, prefeito de Recife reeleito com mais de 78% dos votos, saiu vitorioso em 31 cidades. Os dois partidos se enfrentarão em Paulista no segundo turno, para empatar ou ampliar ainda mais a diferença de prefeitos eleitos pelas duas legendas.

Já em outro Estado governado por um peesedebista, o Rio Grande do Sul, de Eduardo Leite (PSDB), o destaque não é tão positivo. Os tucanos elegeram 33 prefeitos neste ano, mas o partido terá o comando de apenas 7% dos 497 municípios gaúchos. Em números absolutos, Minas Gerais foi o estado em que o PSDB se deu melhor, com 60 eleitos. A legenda dá o crédito do feito aos deputados federais Aécio Neves e Paulo Abi-Ackel.

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