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Política

PSDB protocola ação para que Bolsonaro use máscara

Para a sigla, o mau exemplo do presidente configura abuso do Poder e acaba por interferir na Administração Pública, tornando-a ineficiente

24 mai 2021 - 14h57
(atualizado às 15h15)
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Presidente Jair Bolsonaro acena a apoiadores durante manifestacação de motociclistas que liderou no Rio de Janeiro
23/05/2021
REUTERS/Pilar Olivares
Presidente Jair Bolsonaro acena a apoiadores durante manifestacação de motociclistas que liderou no Rio de Janeiro 23/05/2021 REUTERS/Pilar Olivares
Foto: Reuters

O PSDB ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação para obrigar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a cumprir as medidas do Ministério da Saúde para enfrentamento da pandemia da covid-19, principalmente quanto ao uso de máscara e ao distanciamento social, sob pena de multa.

O partido pede ainda que seja determinado ao presidente que abstenha de incentivar a desobediência a tais recomendações. A ação foi distribuída para relatoria do ministro Edson Fachin.

No documento protocolado no STF na sexta-feira, 21, o PSDB diz buscar que sejam cessados os danos gerados à credibilidade das políticas do Ministério da Saúde pela conduta do presidente, com a "restauração da proteção da saúde e a coesão nacional no combate à covid-19".

Segundo o partido, as ações e omissões de Bolsonaro infringem diferentes princípios fundamentais da República: vida, saúde, impessoalidade e moralidade administrativas.

Segundo o PSDB, quando o presidente resiste publicamente fazer uso da máscara facial durante eventos institucionais de governo, como inauguração de obras públicas, ele abusa do Poder e acaba por interferir na Administração Pública, tornando-a ineficiente.

A legenda diz que Bolsonaro, "em flagrante desvio de finalidade nos atos e ações de governo, viola o Direito fundamental à vida e à saúde, na medida em que, de modo contumaz, desrespeita todas as medidas e orientações emanadas pela Administração Pública Federal (Ministério da Saúde e Anvisa, dentre outras) e expressamente incentiva a população brasileira a não as obedecer".

A legenda alega que não há "qualquer tipo de moralidade" na conduta do presidente, que "trata a vida e a saúde de centenas de milhares de brasileiros com absoluto descaso e até certo desdém ao proferir expressões chulas, incompatíveis com o posto". 

No último dia 17, o presidente chamou de "idiotas" os brasileiros que ficam em casa, seguindo recomendações de autoridades sanitárias para evitar a disseminação do coronavírus.

"A indiferença salta aos olhos. Diante de tanta penúria, tanta morte, tanta dificuldade, tanta dor enfrentada pelos brasileiros, o Presidente os trata com absoluto desprezo, abandonando a população à própria sorte. Mas, a imoralidade é indubitável não em razão das palavras, mas em razão dos atos do Requerido: ao desrespeitar de modo contumaz as medidas sanitárias, e incentivar a população a descumpri-las, afirmando tratar-se de 'frescuras' e 'mimimi', o próprio Presidente cria um grave risco de saúde pública para o povo - povo esse cujo bem-estar tem por maior garantidor e responsável a figura do Presidente", registra a ação.

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Estadão
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