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Política

Psol decide não participar de reunião com Dilma

1 jul 2013 - 17h01
(atualizado às 17h09)
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Primeiro partido da oposição a ter reunião marcada com a presidenta Dilma Rousseff, o Psol decidiu não participar do encontro, que estava previsto para esta segunda-feira. Em nota, o presidente da legenda, deputado Ivan Valente (SP), informou que não foi possível reunir a executiva para deliberar sobre o assunto e que, por isso, representantes da sigla não iriam ao encontro. Segundo Valente, o objetivo do Psol é apresentar uma plataforma de prioridades à Presidência da República.

Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos

O encontro de Dilma com os líderes do Psol na Câmara, Ivan Valente, e no Senado, Randolfe Rodrigues (AP), chegou a ser incluído na agenda da presidente, que, mais tarde, foi alterada, permanecendo apenas a reunião com o senador do Amapá. A assessoria do parlamentar informou que ele participa da reunião, marcada para esta tarde, sem representar o partido.

Esta é a primeira vez que Dilma Rousseff convida para um encontro um partido de oposição. Motivada pelas manifestações que se espalharam pelo País, a presidente tem se reunido com representantes de movimentos sociais para ouvir demandas. A Presidência da República deverá convidar outros partidos da oposição para discutir, entre outros assuntos, a proposta de plebiscito sobre a reforma política.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Agência Brasil Agência Brasil
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