PT-MG lança oficialmente candidatura de Pimentel ao Estado
Josué Gomes (PMDB), filho do ex-vice-presidente José Alencar, concorre ao Senado
O Partido dos Trabalhadores confirmou, na tarde deste sábado, o ex-ministro do Desenvolvimento Fernando Pimentel como candidato ao governo de Minas Gerais nas eleições de outubro deste ano. O vice de Pimentel será o deputado federal e presidente do PMDB em Minas, Antônio Andrade. A aliança entre PT, PMDB, PROS, PRB e PCdoB terá como candidato ao Senado o empresário Josué Gomes da Silva (PMDB), filho do ex-vice-presidente José Alencar.
As convenções dos quatro primeiros partidos aconteceram na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e tiveram a participação de dirigentes das cinco legendas e cerca de 500 militantes. Pimentel terá como principal adversário ao governo mineiro o também ex-ministro Pimenta Veiga (PSDB). Josué Gomes da Silva terá que bater o ex-governador do Estado, Antônio Anastasia, líder nas pesquisas na disputa por uma vaga no Senado.
Na entrevista coletiva e no discurso que fez, Fernando Pimentel seguiu a linha adotada pelo ex-presidente Lula, de atacar aos adversários, confrontando os dois projetos políticos de PT e PSDB. Primeiro o ex-ministro afirmou que Minas Gerais tem uma economia frágil que pode ser chamada de "economia do século XIX", comparou.
"Minas não tem um projeto de desenvolvimento econômico e social há 12 anos pelo menos. O Brasil tem, criado pelo presidente Lula, sustentado pela presidenta Dilma, um modelo baseado na distribuição de renda, na inclusão social, na expansão do consumo interno que nos tornou hoje a sexta potência econômica do mundo. E Minas, Minas tem o quê? Minas tem minério de ferro e café. Se tirarmos o minério e o café do nosso PIB, sairemos do terceiro posto, porque o Rio de Janeiro já passou Minas Gerais, saímos do terceiro posto para o décimo segundo ou décimo terceiro PIB entre os Estados. É uma economia do século XIX," disparou. "Que gestão moderna é essa? Que choque de gestão é esse?”
Pimentel disse que o governo mineiro, comandado pelo PSDB nos últimos 12 anos, falhou nas ações de segurança pública, saúde e educação nos mandatos de Aécio Neves e Anastasia, e, sem citar nomes, cutucou o senador e outros integrantes da candidatura adversária, aos quais acusou de, apesar de serem mineiros, têm residência em outros Estados: "vamos apresentar a Minas um programa de governo construído não ali naquelas salas de ar refrigerado da Cidade Administrativa (sede do governo de MG) nem nos gabinetes lá no Rio de Janeiro onde costumam se reunir os supostos representantes do nosso Estado."
O ex-ministro deixou claro que a disputa em Minas Gerais será uma edição local da briga nacional pela presidência quando, durante o discurso, citou o embate entre Aécio Neves e Dilma Rousseff: "A esperança que já venceu o medo uma vez e que agora no Brasil vai vencer de novo com a presidenta Dilma. O Lula foi a esperança que venceu o medo. A presidenta Dilma será a esperança que vai vencer o ódio, a raiva e o ressentimento de uma elite que não aceita o Brasil que nós estamos construindo," afirmou. "A esperança vai vencer o medo e agora vai vencer o ódio destilado nas agressões verbais que a nossa presidenta sofreu naquele jogo lá no Itaquerão", continuou.
"A esperança vai vencer em Minas Gerais também aqueles que dizem arrogantemente que são os donos do voto dos mineiros. Dizem com arrogância. Alguns até moram foram do Estado. Dizem que representam Minas Gerais, mas moram fora do Estado, à beira do mar. Devem preferir lá do que aqui," ironizou.