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Política

Quem é Messias Donato, deputado que recebeu tapa na cara do vice-presidente do PT

Donato é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro e autor de projeto que endurece pena do crime de aborto; esteve envolvido em embate com deputado Quaquá, do PT, em sessão da Câmara

21 dez 2023 - 14h37
(atualizado às 15h59)
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O deputado federal Messias Donato (Republicanos-ES) chorou no plenário da Câmara dos Deputados ao falar sobre o tapa que levou no rosto
O deputado federal Messias Donato (Republicanos-ES) chorou no plenário da Câmara dos Deputados ao falar sobre o tapa que levou no rosto
Foto: Reprodução/Instagram

O deputado federal Messias Donato (Republicanos-ES) ganhou destaque na política nacional quando recebeu um tapa na cara do deputado Washington Quaquá (PT-RJ) durante a sessão de promulgação da reforma tributária nesta quarta-feira, 20. O parlamentar capixaba é estreante na Câmara dos Deputados e ainda não aprovou nenhuma proposições, mas defende bandeiras caras ao bolsonarismo, como o combate ao aborto e a flexibilização do acesso às armas de fogo. Nas redes sociais, se identifica como defensor de "crianças, liberdade e valores cristãos".

No embate de quarta-feira, deputados da oposição entoavam cânticos contra o presidente Lula, que estava presenta na solenidade, quando Quaquá se aproximou, de celular em mãos. O petista chamou o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) de "viadinho" e, nesse momento, foi repelido por Donato, que o pegou pelo braço, ao que o petista respondeu com um tapa na cara.

Donato afirmou que registrará boletim de ocorrência sobre o incidente e, em vídeo publicado nas redes sociais de Nikolas Ferreira, foi visto na saída da Corregedoria Parlamentar, órgão da Câmara responsável por processos relativos a decoro e disciplina dos membros da Casa.

Messias Donato chora ao falar sobre tapa que levou de Washington Quaquá: 'Me senti humilhado':

Deputado é aliado de Bolsonaro e se diz defensor dos 'valores cristãos' nas redes sociais

Nas redes sociais, Messias Donato se afirma um defensor dos valores cristãos e da liberdade, e alinha-se a pautas caras ao bolsonarismo.

Em publicação no X (antigo Twitter) no início do mês, lamentou a não aprovação da urgência de um projeto de lei que voltaria a facilitar o registro de armas de fogo — por enquanto, vale o decreto presidencial de Lula que restringiu a aquisição depois da flexibilização capitaneada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na terça-feira, 19, a Câmara dos Deputados aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2024. Nos perfis oficiais de Donato, o destaque foi para a aprovação de uma emenda ao projeto apresentada por Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O texto do filho do ex-presidente proíbe despesas que possam "influenciar crianças e adolescentes, da creche ao ensino médio, a terem opções sexuais diferentes do sexo biológico", além de restrições ligadas a quaisquer ações do governo que "diminuam ou extingam o conceito de família tradicional, formado por pai, mãe e filhos".

Messias Donato também esteve na comitiva de parlamentares que acompanhou Bolsonaro para a posse do presidente da Argentina, Javier Milei. Mais de 25 parlamentares, federais e estaduais, acompanham o ex-presidente na viagem ao país.

Eleições e carreira pública

Manoel Messias Donato Bezerra tem 47 anos e é natural de Itororó, na Bahia. Em 2008, pelo PP, ele iniciou a carreira política se candidatando a vereador de Cariacica, Região Metropolitana da Grande Vitória, no Espírito Santo, mas não foi eleito. Na eleição municipal seguinte, pelo PTdoB (atual Avante), foi eleito, mas não conseguiu a reeleição para a Câmara Municipal em 2016.

De janeiro de 2021 a março de 2022, Donato ocupou secretarias na Prefeitura de Cariacica, assumindo interinamente as pastas de Saúde e Educação e sendo titular na pasta de Governo.

Em 2022, pelo Republicanos, sua legenda atual, foi eleito deputado federal pelo Espírito Santo com 42.640 votos.

Projetos de Donato e comissões

O deputado Messias Donato ainda não aprovou proposições, mas é autor do Projeto de Lei (PL) 5371/2023, que aumenta as penas dos crimes de aborto, inserindo a prática no rol de crimes contra a vida do Código Penal. Além disso, é coautor do PL 5939/2023, que veda a progressão de regime em casos de crimes sexuais contra crianças e adolescentes, e autor do PL 2210/2023, que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente para vedar "ações que interfiram na formação de gênero", como "tratamentos, terapias, procedimentos ou qualquer outra ação" nesse sentido.

Além disso, foi membro titular da CPI sobre o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) e da Comissão de Minas e Energia (CME).

Estadão
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