Quem são os investigados e quem foi preso pela operação que mira Bolsonaro e aliados
Polícia deflagrou Operação Tempus Veritatis na manhã desta quinta-feira; confira mais detalhes
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira, 8, a Operação Tempus Veritatis, que mira aliados militares ou políticos de Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente também é alvo da ação e teve seu passaporte confiscado pela PF durante mandado de busca e apreensão na sede do PL em Brasília.
Mas, além de Bolsonaro, quem está sendo investigado? E quem já foi preso até o momento?
Foram presos
Conforme apuração do Terra, a operação gerou quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas de prisão – que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.
Os quatro aliados do ex-presidente que foram presos são:
- Filipe Martins - Ex-assessor especial de Bolsonaro;
- Marcelo Câmara - Coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família do ex-presidente;
- Rafael Martins - Major das Forças Especiais do Exército;
- Bernardo Romão Corrêa Netto - Coronel do Exército.
Outros alvos
Conforme descrito em decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, dadas a partir de solicitação da Polícia Federal também analisada pela Procuradoria-Geral da República, foi autorizada a busca e apreensão de armas, munições, dispositivos eletrônicos e quaisquer outros materiais relacionados aos fatos investigados nos endereços de:
- Ailton Barros - Coronel reformado do Exército.
- Almirante Almir Garnier Santos - Ex-comandante-geral da Marinha;
- Amauri Feres Saad - Advogado apontado como mentor intelectual da minuta golpista apresentada a Bolsonaro;
- Anderson Torres - Delegado da PF e ex-ministro da Justiça;
- Angelo Martins Denicoli - Major da reserva
- General Augusto Heleno - Ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Cleverson Ney Magalhães - Coronel de Infantaria lotado no Comando de Operações Terrestres (Coter);
- Eder Lindsay Magalhães Balbino - Empresário sócio da Gaio Innotech Ltda, empresa de tecnologia da informação sediada em Uberlândia;
- General Estevam Theophilo Gaspar De Oliveira - Ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
- Guilherme Marques Almeida - tenente-Coronel então no Comando de Operações Terrestres do Exército (Coter);
- Hélio Ferreira Lima - Tenente-coronel;
- José Eduardo de Oliveira e Silva - Padre de Osasco, na grande São Paulo;
- Laércio Vergílio - general de Brigada reformado;
- Mario Fernandes - general, ex-Chefe-substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República;
- General Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira - Ex-ministro da Defesa;
- Ronald Ferreira De Araújo Júnior - Oficial do Exército;
- Sergio Ricardo Cavaliere De Medeiros - Coronel;
- Tércio Arnaud Tomaz - Ex-assessor de Bolsonaro, conhecido como um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”;
- General Braga Netto - Ex-ministro da Defesa e da Casa Civil;
- Valdemar Costa Neto - Presidente do PL, partido de Bolsonaro;
- Bernardo Romão Correa Neto, Filipe Martins, Marcelo Câmara e Rafael Martins, que foram presos preventivamente, também são alvos de busca e apreensão pela operação.
Eles teriam atuado em o que a PF classificou como seis núcleos para operacionalizar medidas para desacreditar o processo eleitoral, planejar a execução de um golpe de Estado e agir de forma antidemocrática, para a permanência do grupo no poder.
A investigação
A operação batizada de Tempus Veritatis investiga organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.
São cinco crimes principais que movem a investigação, segundo documentos da PF:
• Ataques virtuais a opositores;
• Ataques às instituições (STF, TSE), ao sistema eletrônico de votação e à higidez do processo eleitoral;
• Tentativa de golpe de estado e de abolição violenta do estado democrático de direito;
• Ataques às vacinas contra a Covid-19 e às medidas sanitárias na pandemia e;
• Uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens como: o uso de suprimentos de fundos (cartões corporativos) para pagamento de despesas pessoais; a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde para falsificação de cartões de vacina; e o desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras ao ex-Presidente da República, Jair Bolsonaro, ou agentes públicos a seu serviço, e posterior ocultação com o fim de enriquecimento ilícito.
O Terra busca contato com os citados na matéria. O espaço segue aberto para manifestações.