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Política

Quem são os presos suspeitos de terem hackeado o celular de Moro e outras autoridades

Supostos hackers são de Araraquara (São Paulo); DJ e homem conhecido como "Vermelho" já foram detidos por falsidade ideológica e estelionato

24 jul 2019 - 18h51
(atualizado às 19h17)
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A Polícia Federal prendeu na terça-feira, 23, quatro suspeitos de invadir os telefones celulares de autoridades, incluindo o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o procurador da República e coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, Deltan Dallagnol.

Os agentes federais cumpriram os mandados de prisão temporária e de busca e apreensão em São Paulo, Araraquara e Ribeirão Preto. Foram presos um homem e uma mulher na capital e outros dois homens nas cidades do interior paulista. Saiba quem são:

Mensagens atribuídas a Moro motivaram acusações de suspeição contra o ministro da Justiça
Mensagens atribuídas a Moro motivaram acusações de suspeição contra o ministro da Justiça
Foto: REUTERS / BBC News Brasil

Gustavo Henrique Elias Santos

Tem 28 anos e mora em Araraquara. É DJ, conhecido como Guto Dubra, e trabalha com shows e eventos, segundo os investigadores. Em 2013, foi preso por receptar uma caminhonete Hilux com placas e documentos adulterados e teve apreendidas em sua casa munições e armas falsas. Em 2015, foi condenado a seis anos e seis meses no caso pela Justiça de São Paulo em regime semiaberto, mas permaneceu solto após recurso da defesa. Nesse mesmo ano, foi detido junto com Walter Delgatti no parque Beto Carrero World, em Santa Catarina, mas somente prestou depoimento e foi liberado.

Seu advogado, Ariovaldo Moreira, afirma que desconhece o envolvimento de Gustavo em atividades hackers. Foi preso em São Paulo, junto com a esposa Suelen. Teve uma movimentação de R$ 424 mil entre 18 de abril e 29 de junho de 2018 em sua conta no Banco Original, com uma renda mensal de R$ 2866. Gustavo afirmou aos investigadores que viu as mensagens das autoridades hackeadas no celular de Walter Delgatti Neto, que é seu amigo. Segundo o portal A Cidade On, de Araraquara, sua família mora em um bairro de periferia da cidade.

Suelen Priscila de Oliveira

Mulher de Gustavo, tem 25 anos e não tinha passagem pela polícia. Segundo o advogado tem conhecimento "razoável" de informática e trabalha com criptomoedas. Foi presa junto com seu namorado Gustavo, em São Paulo. Ela também estava presente no episódio ocorrido no parque Beto Carrero, em Santa Catarina, pelo qual Walter Delgatti foi preso ao tentar se passar por delegado da Polícia Civil. Ela prestou depoimento junto com o marido Gustavo e foi liberada.

Segundo a investigação da Polícia Federal sobre o ataque hacker, Suelen movimentou entre 7 de março e 29 de maio de 2019, com uma renda mensal de R$2192. Os agentes encontraram no apartamento seu e de Gustavo, na zona sul de São Paulo, R$ 100 mil em espécie.

Walter Dalgatti Neto

Conhecido como "Vermelho", tem 30 anos e, segundo informações da Justiça Eleitoral, é filiado ao DEM de Araraquara desde 2007. Foi preso, em 2015, por falsidade ideológica ao apresentar uma carteira vermelha alegando ser delegado da Polícia Civil diante de um furto de celular no parque Beto Carrero World, em Itajaí (SC). Ele também portava em seu carro arma e munições. Foi novamente preso em 2017, desta vez por tráfico de drogas e falsificação de documentos. Na ocasião, a polícia apreendeu em seu apartamento em Araraquara medicamentos de venda proibida e uma carteirinha de estudante da USP falsa. Foi absolvido pela Justiça na acusação de tráfico em um primeiro momento, mas por ser reincidente foi condenado pelo TJ pelo crime. Ele já havia sido condenado pela falsificação do documento.

Delgatti também foi condenado em 2015 a um ano em regime aberto por ter utilizado o cartão de crédito de um idoso para pagar sua estadia em um hotel em Piracicaba, no interior de São Paulo. O suposto hacker também foi condenado em 2018 por estelionato, por ter utilizado um cartão bancário furtado de um escritório de advocacia.

Em sua conta no Twitter, fazia críticas ao presidente Jair Bolsonaro e a Sergio Moro e chegou a responder uma postagem do procurador Deltan Dallagnol, dando uma "sugestão" de como confirmar a autenticidade das mensagnes vazadas. "Mesmo apagando tudo, os caches ficam no celular, eles são arquivos fragmentados, sem o conteúdo das mensagens, mas com todas saídas e entradas de mensagens", afirmou.

Danilo Cristiano Marques

O homem de 33 anos foi preso em Araraquara. Segundo o portal A Cidade ON, de Araraquara, é amigo de Delgatti e já foi testemunha dele em dois processos. Morava no Jardim Paineiras, em Araraquara.

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Estadão
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