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Política

Quem são os suspeitos de hostilizar Alexandre de Moraes em Roma identificados pela PF

Empresários pertencem à mesma família e voltavam ao Brasil após férias na Itália quando encontraram o ministro do STF no aeroporto

15 jul 2023 - 19h14
(atualizado às 23h11)
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O ministro do STF Alexandre de Moraes
O ministro do STF Alexandre de Moraes
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

BRASÍLIA - Dois homens suspeitos de hostilizar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no aeroporto internacional de Roma, integram uma mesma família do interior de São Paulo. O corretor de imóveis Alex Zanatta Bignotto é casado com a filha do empresário Roberto Mantovani Filho. Ambos foram identificados pela Polícia Federal e responderão a um inquérito.

A família mora em Santa Bárbara D'Oeste, interior de São Paulo, e controla empresas na região. Bignotto é dono de uma corretora de imóveis. O sogro dele atua com administração de bens imobiliários, consulta empresarial e com equipamentos hidráulicos.

Em 2020, Mantovani destinou R$ 19 mil a campanhas eleitorais e ao PSD de Santa Bárbara D'Oeste. O empresário doou R$ 4 mil para a campanha eleitoral de José Antonio Ferreira, que foi candidato à prefeitura de Santa Bárbara D'Oeste pelo PSD. O "Dr. José" não foi eleito. Mantovani ainda transferiu R$ 11 mil à direção do PSD na cidade.

No mesmo ano, o empresário contribuiu com a campanha de Josué Ricardo Lopes, do PTB, à prefeitura de Socorro, município do interior do Estado. Mantovani cedeu um imóvel para ser usado como comitê. Ricardo Lopes foi eleito.

Ao Estadão, Mantovani, de 71 anos, disse que a família foi abordada pela Polícia Federal às 5h deste domingo, 15, quando chegou ao Brasil em um voo da Itália. O empresário, a mulher dele, Andréia, filhos, genro e netas passaram férias no país europeu. Segundo a PF, ela também participou do episódio de hostilidade contra o ministro ao dar início a xingamentos e também será alvo de inquérito.

"Depois que desembarcamos, fomos chamados por três agentes da Polícia Federal, muito educados", contou o empresário. Alex Zanatta foi procurado, por telefone, mas não atendeu às chamadas nem respondeu às mensagens. As publicações deles em redes sociais são restritas a amigos.

Mantovani disse ao Estadão que os agentes relataram o caso e que ele deixou seus contatos com a Polícia Federal. Declarou que vai atender se for chamado para prestar esclarecimentos. O empresário relatou ter visto Alexandre de Moraes no aeroporto, mas afirmou que não se dirigiu ao ministro. Ele afirmou ainda estar "muito triste" com o caso.

"Nunca imaginei que eu ia passar por isso nessa idade, já aposentado", disse. "Vamos aguardar as próximas etapas. Não tenho nada contra a pessoa dele. Não sou ligado à política, não sou ligado a nada."

Moraes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi atacado por três brasileiros por volta das 18h45 se sexta-feira, no horário local (13h45 em Brasília). A mulher xingou o ministro de "bandido, comunista e comprado". Mantovani, segundo a PF, reforçou os xingamentos e chegou a agredir fisicamente o filho do ministro. Zanatta se juntou aos dois com palavras de baixo calão. As informações foram confirmadas por interlocutores da PF e do Ministério da Justiça.

Mantovani disse ao Estadão que sua mulher não xingou Moraes. "Ela falou para mim que não falou nada disso", afirmou. Apesar de apontado como um indivíduo que agrediu o filho do ministro do STF, ele disse considerar que o ocorrido "não foi nada extraordinário". Mantovani não quis comentar o episódio da agressão sob o argumento de que prefere aguardar as autoridades o acusarem dos possíveis crimes que possa ter cometido.

Moraes estava acompanhado de seus familiares no aeroporto. O ministro retornava da Universidade de Siena, onde realizou uma palestra no Fórum Internacional de Direito. Os três brasileiros se tornaram alvos de um inquérito da PF, mas não chegaram a ser presos. O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), ligou para Moraes e se solidarizou com a violência sofrida pelo magistrado.O STF informou que não se manifestaria sobre o caso.

Estadão
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