Raquel: não vejo risco de anulação de decisões da Lava Jato
O comentário de Raquel Dodge vem um tom abaixo do discurso de membros da Força-Tarefa da Operação Lava Jato no Paraná.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou que não enxerga neste momento o risco de anulação de decisões da Operação Lava Jato se o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que casos de corrupção e lavagem de dinheiro, quando relacionados a caixa 2, devem ser processados na justiça eleitoral.
"Eu não vejo esse risco nesse momento. Mas é preciso avaliar tudo isso com muito cuidado e manter o foco. Não perderemos o foco contra a corrupção e contra a impunidade no País", afirmou Raquel Dodge, nesta quinta-feira, 14, instantes antes da retomada do julgamento que discute o destino de processos de corrupção e caixa 2.
O comentário de Raquel Dodge vem um tom abaixo do discurso de membros da Força-Tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, que têm apontado uma derrota no julgamento como algo catastrófico. A procuradora disse que, qualquer que seja a decisão tomada, irá respeitar e afirmou que irá trabalhar para impedir riscos à Lava Jato.
"Eu espero que a decisão de hoje seja nesta linha que defendi. Se não for, a minha instituição e eu também respeitarei essa decisão, mas é preciso também reorganizar as forças e instituições com os instrumentos jurídicos que temos para continuar enfrentando o crime organizado, corrupção e lavagem de dinheiro. Esta é uma prioridade permanente da nossa instituição, e qualquer que seja o resultado continuaremos firmes nesse propósito", disse.
Ao afirmar que, se houver riscos, deve-se trabalhar para que eles sejam superados. A procuradora-geral disse que "se necessário, iremos ao parlamento pedir algum instrumento jurídico", sem detalhar. "O importante é que a gente siga firme nesse propósito contra a corrupção, lavagem de dinheiro, e crime organizado", disse.
Crise
Raquel Dodge foi criticada pela Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR), após apresentar uma ação contra o acordo assinado entre a força-tarefa da Lava Jato no Paraná e a Petrobras. Sobre a crítica, ela se defendeu.
"Eu recebo com muita tranquilidade, porque exerci minha atribuição nos limites dela, apresentando à Corte as razões que acredito que tornam essa ADPF Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental precedente. Vamos aguardar o pronunciamento da Corte", disse.