"Relaxa e goza": relembre 10 polêmicas com Marta Suplicy
Senadora confirmou saída do PT para se filiar ao PSB durante festa de aniversário em São Paulo
Adeus, PT. Depois de anos no partido onde construiu toda a sua carreira política, a senadora Marta Suplicy está de saída para se filiar ao PSB. A ex-prefeita de São Paulo confirmou a mudança de legenda à imprensa durante sua festa de aniversário de 70 anos, realizada na sexta-feira, em São Paulo. A filiação de Marta ao PSB deve ocorrer em breve, segundo o presidente do partido, Carlos Siqueira, que esteve na festa.
Desde o início do ano Marta já vinha dando sinais de que as coisas para ela dentro do PT não estavam bem. Em janeiro, a senadora causou polêmica ao criticar o partido e o governo da presidente Dilma Rousseff. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Marta, que já foi deputada, prefeita e duas vezes ministra, disse que Lula criticou Dilma em um jantar com empresários paulistas. Demonstrando mágoa por não ter sido candidata à presidência no lugar de Dilma, a senadora disparou contra o partido, dizendo que se o PT não mudar, ele vai acabar.
Apesar de as declarações serem fortes, não são nem de longe a primeira polêmica na qual a ex-ministra se envolveu ao longo da carreira. Frases fortes, atitudes polêmicas e até relações amorosas da política viraram manchete de jornal. Relembre agora as polêmicas de Marta Suplicy.
1. Relaxa e goza
A frase mais famosa da senadora foi dada quando ela ainda era ministra do Turismo. Em pleno caos aéreo de 2007, ao ser questionada sobre que incentivo teria o brasileiro para viajar, ela disse “relaxa e goza, porque depois você vai esquecer todos os transtornos”.
2. Vida Amorosa
A vida amorosa da petista sempre teve uma forte ligação com o partido. Casada com o ex-senador Eduardo Suplicy entre os nos de 1964 e 2001, o casal foi importante para o crescimento do partido após a redemocratização do País. A separação, enquanto Marta já ocupava o cargo de prefeita de São Paulo, foi destaque nas principais revistas e jornais do Brasil. Na época, o jornal Folha de S. Paulo chegou a publicar uma reportagem com o seguinte título: “Separação do casal Suplicy vira tema de rodas de conversa”. O principal assunto era a imagem de “maior abandonado” do senador petista.
Anos depois, já em seu segundo casamento, outra separação virou tema de reportagem. O mesmo jornal citou a separação de Marta com Luis Favre, em 2009. Segundo a publicação, o PT comemorou o fim do romance entre Marta e argentino naturalizado francês e ex-assessor do partido para relações internautas. Boatos diziam na época que seu relacionamento era apontado por lideranças do partido como forte fator de rejeição da petista.
3. Kassab é casado?
Nas eleições municipais de 2008, a então candidata Marta Suplicy causou polêmica ao supostamente deixar no ar, durante a campanha eleitoral, suposições sobre a orientação sexual de seu adversário Gilberto Kassab. Em um vídeo no qual o locutor questiona o eleitor sobre o passado de Kassab, surgem as perguntas: “É casado? Tem filhos?”. Analistas políticos interpretaram a alegação como uma mensagem subliminar sobre a orientação sexual de Kassab e criticaram Marta justamente por seu histórico de defesa das minorias.
4. Martaxa
Quando foi prefeita de São Paulo, Marta Suplicy ganhou o carinhoso apelido de “Martaxa”, após criar diversas taxas municipais. As principais polêmicas foram em torno das taxas de recolhimento de lixo de do fornecimento de luz.
5. Túnel da Marta
Obras inacabadas do túnel Jornalista Fernando Vieira de Mello e um alagamento dias após sua inauguração em 2004 rendeu uma série de críticas a então prefeita Marta Suplicy. A entrega em ano eleitoral foi, segundo analistas, apressada pela prefeitura. Temporais constantes e falta de vazão nas bocas-de-lobo na avenida Rebouças contribuíram para o alagamento. A popularidade de Marta, que já estava baixa, piorou ainda mais após o episódio.
6. Férias em Paris
Na mesma época, a prefeita voltou a ser criticada por ter “abandonado a cidade”. Prestes a entregar o cargo, Marta viajou para Paris com o marido Luís Favre onde participou de reuniões oficiais e, em seguida, tirou uma licença ao lado do companheiro. Marta foi criticada por, um mês antes, ter tirado outra licença para se dedicar à campanha eleitoral.
Com uma onda de alagamentos e com a prefeita em Paris, coube ao vice Hélio Bicudo assumir a administração municipal.
7. Lula é um deus
Em 2012, ao se despedir do Senado para ocupar o Ministério da Cultura, Marta voltou a causar polêmica ao declarar que o ex-presidente Lula “é um deus”. “O trio Lula , Dilma, Marta é muito forte. O Lula é um deus! Dilma é bem avaliada e eu tenho o apelo de quem fez. Então, com a entrada desse trio, vai dar certo. Eu combinei que ia entrar na hora e agora estou entrando”, disse.
O cargo no ministério veio após a Marta não ter sido alçada como candidata à prefeitura de São Paulo, cargo que foi assumido por seu colega de partido Fernando Haddad.
8. Games são cultura?
Como ministra da Cultura, Marta Suplicy gerou polêmica ao não incluir games no Vale-Cultura. Em seu discurso, ela disse que não considerava “games como cultura” e que incluí-los no benefício seria “forçar demais”. Ao ser questionada se os games iriam entrar no vale, ela respondeu: “nem pensar”. As declarações provocaram reação imediata Associação Comercial, Industrial e Cultural de Games (Acigames), que publicou uma carta de repúdio à ministra.
"Infelizmente, essa notícia pode se espalhar no mundo inteiro, que hoje enxerga games como uma das mais fortes fontes de renda na economia criativa e de cultura, ultrapassando a indústria do cinema já há dois anos. Se games não são considerados cultura por nossa própria ministra, essa é uma afirmação de grave preconceito e um desrespeito a todos os trabalhos acadêmicos e científicos na área. Games são a nova expressão digital do mundo e nos países desenvolvidos - isso é deixado bem claro", disse a nota.
9. Crítica ao sucessor
No apagar das luzes de 2014, a ainda ministra Marta Suplicy criticou abertamente seu sucessor no Ministério da Cultura Juca Ferreira. A petista disse nas redes sociais que os a população “não fazia ideia dos desmandos” promovidos pelo novo escolhido de Dilma. Marta ainda alfinetou Alexandre Padilha, candidato derrotado ao governo de São Paulo. “Nada mais sintomático do que Alexandre Padilha, que foi rejeitado pelo povo paulista, para anunciar Juca Ferreira no Ministério da Cultura”, escreveu.
10. Critica à Dilma, Mercadante e Rui Falcão
Em recente entrevista, Marta Suplicy escancarou os problemas internos do PT e revelou que pensou que seria a candidata ao Palácio do Planalto no lugar de Dilma em 2010. "Pensei que ou seria eu ou Marina (Silva) ou Dilma. Logo vi aquela história de ‘mãe do PAC’ e que era a Dilma. Pensei: ‘O que faço?’ Bom, ou ficava contra e não fazia coisa nenhuma, ou ajudava. Mais uma vez, decidi ajudar. Sempre achei que ia acabar ficando meio de fora das coisas, talvez pela origem, talvez por ser loura de olho azul, não sei”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo.
Ela disse ainda que não foram "engendradas" as ações necessárias quando se percebeu o fracasso da política econômica liderada por Dilma. De acordo com a senadora, Rui Falcão e Mercadante criaram um complô para que Lula não fosse escolhido o candidato para as eleições presidenciais de 2014.
"O Rui traiu o partido e o projeto do PT, e o partido se acovardou ao recusar um debate sobre quem era melhor para o País, mesmo sabendo as limitações da Dilma. Já no primeiro dia, vimos um ministério cujo critério foi a exclusão de todos que eram próximos do Lula (...) Mercadante mente quando diz que Lula será o candidato [em 2018]. Ele é candidatíssimo e está operando nessa direção desde a campanha, quando houve um complô dele com Rui e João Santana (marqueteiro de Dilma) para barrar Lula.
As últimas declarações ocorrem quando boatos fortes apontam para a saída de Marta do PT. Ela, no entanto, não confirmou a saída, mas disse que foi convidada para integrar vários partidos, exceto PSDB e DEM.