Renan Calheiros retira candidatura à presidência do Senado
Senadores pediam terceira votação, mas Mesa Diretora preferiu continuar o pleito com o nome de Renan
Um dos favoritos para a presidência do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL) foi à tribuna da Casa e, em discurso inflamado, renunciou à candidatura. A tendência é que David Alcolumbre (DEM-AP) seja eleito.
A eleição na Casa Alta está atolada em polêmicas. Deveria ter sido realizada nesta sexta (1), mas a sessão foi muito tumultuada. A votação foi marcada para esse sábado (2).
Uma votação foi realizada. Porém, quando a urna foi aberta, a Mesa Diretora constatou que havia um voto a mais que o número de votantes. Nova votação começou a ser realizada.
Renan deixou a disputa com a nova votação já acontecendo. Ou seja, as cédulas têm seu nome. Como apontou a senadora Selma Arruda (PSL-MT), "quem votou no Renan, perdeu o voto". Ela também apontou para a possibilidade de nova judicialização da escolha do presidente da Casa.
Ainda que alguns senadores queriam uma terceira votação, a direção do Senado resolveu continuar com o pleito.
A interpretação do caso é que Renan Calheiros, ótimo leitor de conjunturas, percebeu que arriscava ser derrotado e por isso abandonou a candidatura. Ele, porém, afirmou estar deixando a disputa como uma defesa da democracia.
Nessa manhã, o STF (Supremo Tribunal Federal) se meteu na eleição. O presidente do Tribunal, Dias Toffoli, determinou que a votação fosse fechada.
Colocada em discussão no Senado, a decisão foi aceita. Às vezes, o Legislativo decide descumprir decisões do Judiciário. Depois, houve discussão se o voto seria eletrônico ou por cédulas de papel. Venceu o papel.