RJ: Cabo Daciolo tem posições adversas ao partido, diz Psol
“Se ele não se sentir a vontade para defender o programa do Psol, a busca de outro partido, nos parece, deve ser seu caminho natural”, afirma a executiva estadual do partido
Através de nota oficial, o Psol do Rio de Janeiro atacou a intenção do deputado federal Cabo Daciolo (Psol-RJ) de querer mudar o texto da Constituição para dizer que "todo poder emana de Deus e não do povo", como diz a Carta Magna. “Não é a primeira vez que o parlamentar faz intervenções com posições adversas ao Psol”, diz a nota, lembrando que no dia da sua diplomação, Daciolo tirou foto ao lado do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). “O partido tem uma posição programática e ele deve seguir o caminho do partido”, disse ao Terra uma das diretoras no Rio, Talíria Petrone.
A executiva estadual do partido reafirma a defesa do estado laico e faz um convite a Daciolo. “Se ele não se sentir a vontade para defender o programa do Psol, a busca de outro partido, nos parece, deve ser seu caminho natural”. A nota ainda chama a intenção do deputado de “cruzada de lógica fundamentalista”. Na terça-feira, uma reunião da Executiva Nacional determinou que o parlamentar não apresenta a Proposta de Emenda Constitucional.
O Psol diz ainda que respeita a legitimidade do mandato de Daciolo, mas que a atuação do parlamentar é incompatível com o que o partido defende. “Temos princípios, valores e convicções que nos colocam ao lado de todos os setores oprimidos. Defendemos a liberdade de crença e não crença. Combatemos o fundamentalismo religioso e o messianismo”. Talíria ressalta que, quando entrou no partido, Daciolo foi informado das posições do Psol e, supostamente, concordava com elas..
A nota defende ainda os ajustes do governo de Dilma Rousseff e afirma que os trabalhadores, neste momento, precisam de unidade contra o que chamam de “cinismo da oposição de direita”. Na página nacional do partido, Cabo Daciolo não aparece na lista dos deputados federais do partido. Apenas Ivan Valente, Chico Alencar e Jean Wyllis, além do senador Randolfe Rodrigues. “Deve ser alguma falha do site, porque nada mudou em relação a ele ser do partido”, confirmou Talíria.
Daciolo foi líder do Bombeiros na greve da corporação no ano 2011, que foi reprimida pelo então governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, com a polícia invadindo o quartel general da corporação. Ele foi eleito deputado federal nas últimas eleições em 48.831 votos.